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Tucano defende política de Malan
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidenciável tucano, José
Serra, mudou ontem o discurso
em relação à política econômica
do governo de Fernando Henrique Cardoso e defendeu explicitamente a manutenção de três pontos: metas de inflação, ajuste fiscal
e câmbio flutuante.
"São três aspectos básicos e de
identificação com o governo e
com a política econômica. Isso é
manter basicamente a casa arrumada e o Brasil no rumo", afirmou Serra, em discurso para cerca de 800 empresários da ADVB
(Associação dos Dirigentes de
Vendas e Marketing do Brasil).
Serra, que já divergiu publicamente do ministro da Fazenda,
Pedro Malan, vinha fazendo um
discurso mais crítico ao governo
de FHC, principalmente na área
econômica. Na semana passada,
Malan chegou a pedir mais "afinidades eletivas" do candidato do
governo, sem citar Serra.
O objetivo das críticas era também criar uma identidade própria
do pré-candidato. O discurso de
ontem foi uma consequência dos
conselhos do marqueteiro de
FHC, Nizan Guanaes, que defende que o presidenciável alie mais
sua imagem à do governo.
Além da política econômica do
governo atual, Serra defendeu um
maior crescimento econômico e a
queda dos juros, por meio de um
comércio exterior mais "agressivo". Foi aplaudido em cinco momentos pelos empresários.
Duas horas depois, em discurso
na Força Sindical, o tucano foi
contestado pela platéia, principalmente sobre a destinação dos recursos da CPMF.
Para os empresários, o tucano
defendeu uma legislação do trabalho mais flexível. Mais tarde, no
encontro com sindicalistas, Serra
não tocou no assunto. "Toda vez
que [o governo" ameaça fazer, parece que está acabando com a
classe operária", disse.
No almoço com os empresários,
o tucano criticou a proposta do
presidenciável do PT, Luiz Inácio
Lula da Silva, de criar alíquotas
progressivas de 5% a 50% do Imposto de Renda de Pessoa Física.
Serra encerrou o discurso pedindo aos ouvintes que "meditassem" sobre a experiência de cada
pré-candidato e que fizessem a escolha certa para "manter o país no
rumo". Disse que as crises na Argentina e na Venezuela foram "resultado de processos eleitorais
com promessas infinitas e críticas
impiedosas".
À noite, Serra participou de jantar a favor de sua candidatura. Organizado pelo ex-senador Pedro
Piva para cerca de 400 empresários, o convite custava R$ 2.500.
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