São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

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Tucano defende política de Malan

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidenciável tucano, José Serra, mudou ontem o discurso em relação à política econômica do governo de Fernando Henrique Cardoso e defendeu explicitamente a manutenção de três pontos: metas de inflação, ajuste fiscal e câmbio flutuante.
"São três aspectos básicos e de identificação com o governo e com a política econômica. Isso é manter basicamente a casa arrumada e o Brasil no rumo", afirmou Serra, em discurso para cerca de 800 empresários da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil).
Serra, que já divergiu publicamente do ministro da Fazenda, Pedro Malan, vinha fazendo um discurso mais crítico ao governo de FHC, principalmente na área econômica. Na semana passada, Malan chegou a pedir mais "afinidades eletivas" do candidato do governo, sem citar Serra.
O objetivo das críticas era também criar uma identidade própria do pré-candidato. O discurso de ontem foi uma consequência dos conselhos do marqueteiro de FHC, Nizan Guanaes, que defende que o presidenciável alie mais sua imagem à do governo.
Além da política econômica do governo atual, Serra defendeu um maior crescimento econômico e a queda dos juros, por meio de um comércio exterior mais "agressivo". Foi aplaudido em cinco momentos pelos empresários.
Duas horas depois, em discurso na Força Sindical, o tucano foi contestado pela platéia, principalmente sobre a destinação dos recursos da CPMF.
Para os empresários, o tucano defendeu uma legislação do trabalho mais flexível. Mais tarde, no encontro com sindicalistas, Serra não tocou no assunto. "Toda vez que [o governo" ameaça fazer, parece que está acabando com a classe operária", disse.
No almoço com os empresários, o tucano criticou a proposta do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de criar alíquotas progressivas de 5% a 50% do Imposto de Renda de Pessoa Física.
Serra encerrou o discurso pedindo aos ouvintes que "meditassem" sobre a experiência de cada pré-candidato e que fizessem a escolha certa para "manter o país no rumo". Disse que as crises na Argentina e na Venezuela foram "resultado de processos eleitorais com promessas infinitas e críticas impiedosas".
À noite, Serra participou de jantar a favor de sua candidatura. Organizado pelo ex-senador Pedro Piva para cerca de 400 empresários, o convite custava R$ 2.500.



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