São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 2002

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Frente Trabalhista rompe no RS

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A reunião que tentaria salvar a Frente Trabalhista -da qual fariam parte PDT, PTB e PPS- no Rio Grande do Sul, na manhã de ontem, foi suspensa, o que mostra, na prática, o rompimento do PDT e do PTB com o PPS no Estado, faltando apenas a oficialização da decisão.
A Frente Trabalhista é a aliança que dá apoio, em nível nacional, à candidatura de Ciro Gomes (PPS) à Presidência. A princípio, esse apoio não foi alterado com o rompimento regional.
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, chegaria às 20h de ontem a Porto Alegre para, à noite, participar de encontro do seu partido no qual seria confirmado o lançamento de José Fortunati como candidato próprio.
Já na noite de domingo ficou definida uma reunião das executivas nacionais do PDT e do PTB para hoje, em Brasília, com o objetivo de formalizar a Frente Trabalhista no Rio Grande do Sul, limitada apenas aos dois partidos.
O presidente estadual do PPS, Nelson Proença, recebeu a informação do cancelamento da reunião à meia-noite de anteontem e disse que essa atitude dificulta a formação de uma frente com viabilidade eleitoral no Estado.
O deputado estadual Mário Bernd (PPS) foi enfático. ""Brizola vetou Britto [o ex-governador Antônio Britto, do PPS-RS". Depois, vetou Fogaça [senador José Fogaça, do PPS-RS". Aí, dizem que querem o Fogaça e voltam atrás. Não dá para negociar com o Brizola, mas, no PPS, ele não manda. Não vejo outra alternativa que não seja a de lançarmos a candidatura do Britto, seja com quem for", afirmou.
Britto praticamente definiu sua candidatura na semana passada, o que deve ser oficializado amanhã, possivelmente com apoio do PFL. O prazo que ele deu ao PDT para a celebração de um acordo foi ignorado por Brizola, que não quis se submeter a uma imposição e repetiu sua rejeição à candidatura do PPS.
De acordo com Brizola, Britto não estava ""no pacote" acertado entre os três partidos no momento em que fecharam a Frente Trabalhista. Pelo "pacote", Ciro seria candidato à Presidência, mas, no Rio Grande do Sul, o PDT indicaria o candidato a governador, que não seria Britto.
Documento firmado pelo PDT e pelo PTB reafirma o apoio a Ciro e estabelece que a aliança no Estado será apenas entre os dois partidos.



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