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NO AR
Duas ou mais versões
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Era um evento da Força
Sindical, relacionado supostamente ao Primeiro de
Maio.
Seu presidente, Paulo Pereira
da Silva, que se quer o Antonio
Rogério Magri de Ciro Gomes,
anunciou o primeiro candidato
do dia -Ciro Gomes- como
"presidente".
Mas quem roubou a cena foi
Lula, que num tempo distante
foi metalúrgico.
Ele ficou de pé como se estivesse comandando uma assembléia sindical, cada vez mais à
vontade nos ternos de Duda
Mendonça. E falou com a segurança de quem comanda, pesquisa após pesquisa, a corrida
presidencial.
"Foi o mais aplaudido", como
disseram as rádios e comprovou
o Jornal da Record.
Falou daquele jeito, atacou os
juros altos, criticou até os programas de TV que "ensinam a
matar". Enfim, fez da festa da
Força Sindical uma manifestação do PT.
Do outro lado, José Serra "chegou a ser vaiado" ou quase,
quando disse que existe remédio
grátis no Brasil, só que ele não
chega aos doentes -e ainda insistiu, como se quisesse convencer os presentes.
Anthony Garotinho, num populismo mais desenfreado, prometeu de tudo um pouco, de aumento no salário mínimo a
uma secretaria de segurança
pública federal.
Ciro, em dia de mais uma pesquisa desfavorável, apelou de
vez ao posar ao lado da atriz
Patrícia Pillar -e atacou Lula.
Declarou acintosamente que a
eleição do petista seria "uma temeridade".
Lula, que falou depois, deu de
ombros. Fez ironia.
Na edição do Jornal Nacional,
que é a versão que importa, Serra falou primeiro e foi incisivo
sobre segurança.
Ciro foi mais vago, mas foi enquadrado longamente pela Globo ao lado da atriz, que é do
elenco da emissora.
Lula aparentou, nas cenas escolhidas, a tensão e a dissimulação de um comício.
O JN não reproduziu os aplausos ao petista nem as quase
vaias ao tucano.
O pefelista presidente da Confederação Nacional dos Transportes, Clésio Andrade, nem fez
questão de explicar direito o que
Silvio Santos estava fazendo na
pesquisa da entidade, divulgada ontem.
Foi logo afirmando que o empresário e animador de auditório é a "salvação do partido".
Do pefelista pesquisador, na Jovem Pan:
- É a única opção para alavancar o partido novamente.
Sem ele, fica difícil.
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