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Relato da PM para a prisão inocenta Rainha
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE VENCESLAU
O termo de ocorrência efetuado
pela Polícia Militar no momento
da prisão de José Rainha Jr. apresenta uma contradição em relação ao inquérito policial. O termo
informa que o líder dos sem-terra
não era dono da arma encontrada
no carro em que estava.
Rainha foi preso na última
quinta-feira acusado de porte ilegal de uma espingarda calibre 12,
cano curto, de uso restrito das
Forças Armadas e das polícias Civil e Militar.
No inquérito policial, José Luiz
Silva Santos, que dirigia o Gol placa BJN 8528, afirma que a arma
era de Rainha e que o carro, de sua
propriedade, estivera emprestado
a Rainha.
O líder dos sem-terra nega a
posse da arma e atribui sua prisão
a uma "armação".
A contradição aparece no termo
de ocorrência da PM, feito minutos antes do depoimento de Santos à Polícia Civil. À PM, Santos
assume a responsabilidade pela
arma e afirma que o líder dos
sem-terra estava "apenas pegando carona". No termo de ocorrência da PM, Santos afirma que a arma é sua, cuja documentação, entretanto, ele não possuiria. Ontem, ele não foi encontrado para
falar sobre o assunto.
Ontem à tarde, o advogado de
Rainha, Hamilton Belloto
Henriques, conseguiu anexar cópia do termo na ação em que pede
o relaxamento da prisão do líder
dos sem-terra. O juiz Athis de
Araújo Oliveira, de Teodoro Sampaio, deve tomar uma decisão sobre o caso hoje. "Esse termo de
ocorrência, que estava fora dos
autos, é prova contundente de
que José Rainha foi vítima de uma
cilada. É evidente a contradição
entre o boletim da PM e o depoimento prestado depois por José
Luiz à Polícia Civil", afirmou
Henriques.
O delegado de Euclides da Cunha Paulista, Edmar Trindade
Nagai, disse à Agência Folha que a
contradição entre os depoimentos de Santos às polícias Civil e
Militar foi uma tentativa de livrar
Rainha da acusação e aconteceu
por um descuido do policial militar que fez o termo.
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