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Governo acoberta interesses internacionais, diz tucano
"Demarcação contínua atrapalha soberania", declara governador de Roraima
"O terrorismo é feito por
seu terrorista-mor, que se chama Tarso Genro; esse
é terrorista", afirma no Rio líder arrozeiro de Roraima
DA SUCURSAL DO RIO
O governador de Roraima,
José de Anchieta Júnior
(PSDB), disse ontem, em palestra no Clube da Aeronáutica,
que o governo brasileiro acoberta interesses internacionais
no caso da reserva indígena Raposa/Serra do Sol.
Conferencista de seminário
intitulado "Amazônia e a Realidade Brasileira", Anchieta Júnior afirmou que a demarcação
contínua de terras indígenas
em Roraima, defendida pelo
governo, interessa às grandes
potências, que agiriam na Amazônia por meio de ONGs.
"Al Gore [ex-vice-presidente
dos EUA] discute a soberania e
a propriedade da Amazônia.
Ele disse que a Amazônia não
pertence aos brasileiros, pertence ao mundo. François Mitterrand [ex-presidente da
França] pensava da mesma forma. John Major [ex-primeiro-ministro britânico], no Reino
Unido, também. São representantes das grandes potências
mundiais que têm pensamentos desse tipo com relação à
nossa Amazônia. O índio não
atrapalha a soberania. O que
atrapalha é a demarcação em
área contínua deixando só eles.
Tem que somar a presença do
índio e do não-índio", disse.
Anchieta Júnior afirmou ainda que a "política indigenista
do governo é caótica, incoerente e irresponsável".
"A política equivocada de demarcação de áreas indígenas,
esvaziando as fronteiras, é perigosa para a soberania nacional.
O índio não precisa de mais
área. Precisa de dignidade, cidadania e apoio. A política distorcida do governo federal, de
dar terra aos índios e não dar
condições de vida a eles, não se
justifica", disse o governador.
Para ele, a decisão de destinar aos indígenas terras contínuas poderá resultar em mortes. "Estou tentando evitar
uma tragédia no nosso Estado.
O que as ONGs queriam era o
cadáver de um indígena, para
dizer que o brasileiro não cuida
de seus índios."
Presente ao evento, o prefeito de Paracaima (município em
Roraima) e líder arrozeiro,
Paulo César Quartiero (DEM),
disse que o governo faz terrorismo de Estado na região e
chamou o ministro da Justiça,
Tarso Genro, de terrorista.
"O terrorismo é feito por seu
terrorista-mor, que se chama
Tarso Genro. Esse é terrorista.
Nós simplesmente estávamos
pedindo a judicialização da
questão. Nós somos escravos
da lei", afirmou ele, para quem
"o ministro mandou um exército [de policiais federais] que se
porta em Roraima como nós
fôssemos Iraque e eles fossem
marines, oprimindo nossa população".
(SERGIO TORRES)
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