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INVESTIGAÇÃO
Ele apelou na Suíça
Maluf tenta impedir envio de papéis ao país
DO ENVIADO ESPECIAL A PARIS
O porta-voz do Escritório Federal de Justiça da Suíça, Folco Galli,
informou ontem que os advogados do ex-prefeito paulistano
Paulo Maluf (PP) ingressaram
com uma apelação no Tribunal de
Genebra para tentar impedir a remessa das informações sobre as
movimentações bancárias feitas
pela família Maluf naquele país.
O promotor Silvio Marques, da
Promotoria de Justiça da Cidadania, diz que o recurso "representa
mais uma tentativa de Maluf de
esconder suas contas no exterior". Segundo ele, é contraditório
Maluf apresentar a apelação. "Se
ele diz não ter movimentado dinheiro no exterior, não deveria temer o envio dos documentos."
Em setembro de 2001, a Suíça
enviou um ofício ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em que afirma que
Maluf e familiares mantiveram
depósitos no Citibank de Genebra
de 1985 a 1997, quando o dinheiro
foi transferido para o mesmo
banco em Jersey (paraíso fiscal).
Em 13 de junho, após analisar o
caso por quase dois anos, o juiz de
instrução Claude-François Wenger, de Genebra, proferiu uma decisão que autoriza a remessa dos
documentos bancários da família
Maluf ao Brasil. A sentença foi dada em um pedido de cooperação
internacional formulado pelo Ministério Público Federal e pelo
Ministério Público de São Paulo.
Como as leis suíças definem
que, nesse tipo de processo, as
apelações têm efeito suspensivo
automático, o simples fato de os
advogados do ex-prefeito terem
apresentado o recurso suspende
os efeitos da decisão de Wenger.
Agora, o Tribunal de Genebra
vai ouvir os argumentos de Maluf.
Se a Prefeitura de São Paulo estiver representada em Genebra,
também terá a oportunidade de
se manifestar no caso.
Segundo especialistas em processos semelhantes, esse tipo de
apelação costuma demorar cerca
de seis meses para ser julgada.
Se for derrotado, Maluf poderá
ingressar com um recurso na
Corte Federal de Justiça da Suíça.
Outro lado
Sobre a tentativa de evitar que
autoridades da Suíça enviem documentos bancários à Justiça brasileira, a assessoria de imprensa
de Maluf afirmou que continua
"valendo" a nota distribuída anteontem: "Maluf nunca teve conta
bancária no exterior".
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