|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dirceu não
comparece
a entrevistas
da Reportagem Local
O presidente nacional do PT, José Dirceu, transformou-se em um
grande mistério ontem no Rio, durante o leilão do Sistema Telebrás.
Dirceu, que havia dito que a venda era "um jogo de cartas marcadas" e que acompanharia o processo com os que se manifestariam
contrários ao processo, não foi encontrado junto aos manifestantes
e tampouco compareceu a duas
entrevistas convocadas pelo PT:
uma marcada para o gabinete do
vereador petista Jorge Bittar e outra para a sede da Fittel (Federação
Interestadual dos Trabalhadores
de Telecomunicações).
Segundo assessores de seu partido, ele esteve no Rio, mas no fim
da tarde teria voltado a São Paulo
num vôo da ponte aérea.
Na ausência de Dirceu, o presidente da Fittel, Luis Antônio Souza e Silva, falou com os jornalistas
e afirmou que a prioridade da entidade sindical após baixar a poeira
da venda do Sistema Telebrás seria
tentar evitar demissões em massa.
Segundo disse, esse será o item
número um da primeira reunião
com os novos proprietários das
empresas privatizadas. "Vamos
resolver isso antes mesmo de discutir o acordo salarial, que será debatido no final do ano."
Lula
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, voltou a duvidar da lisura do
processo de privatização das teles.
"A urgência do governo em se
desfazer de um patrimônio público extraordinário como a Telebrás
me leva a ter o direito de suspeitar
que tem falcatrua no processo."
Para o petista, o governo federal
tentou "enganar" a população ao
fixar um preço mínimo para a Telebrás muito abaixo, no seu entender, do valor real. "O governo
queria justificar um ágio e abaixou
a avaliação. Aplicar dessa maneira
em cima da sociedade é demais."
As declarações de Lula foram feitas ontem de madrugada, depois
de rápidos comícios nas portas das
fábricas Volks e Scania, em São
Bernardo do Campo (SP), seu berço político.
Lula quer marcar posição, mas
não quer que a privatização das teles acabe como tema principal da
campanha presidencial.
Prevaleceu, no PT, o temor de
que a presença do candidato em
eventuais tumultos prejudicaria o
trabalho de marketing que tenta
construir para Lula uma imagem
mais cordata e confiável para a
classe média.
(LAR e CEA)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|