São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 2002

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PT SOB SUSPEITA

Testemunha ainda avalia se comparece à CPI de Santo André

Empresária pode não ir à acareação

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Integrante do rol de testemunhas de acusação no procedimento aberto pelo Ministério Público para apurar a existência de um suposto esquema de extorsão em Santo André para financiar campanhas do PT, a empresária Rosangela Gabrilli define hoje se participará segunda-feira da acareação com Ronan Maria Pinto.
Anteontem, os vereadores da CPI, todos da base de sustentação do prefeito João Avamileno (PT), decidiram encerrar os trabalhos da comissão em 18 de setembro, sugerindo antes disso apenas a acareação entre Rosangela e Ronan, empresário do setor de transporte da cidade.
Os advogados da empresária, sócia da Expresso Guarará, querem analisar a legalidade de uma acareação à comissão depois de a Justiça de Santo André ter acolhido as denúncias da Promotoria contra acusados de extorquir dinheiro de empresários da cidade.
Ronan, sócio da Expresso Nova Santo André, o empresário Sérgio Gomes da Silva e o vereador petista Klinger Luiz de Oliveira Souza, secretário afastado de Serviços Municipais, e outras três pessoas, são acusados pela Promotoria de chefiar uma suposta máfia da propina na cidade.
Aos promotores, Rosangela disse que sua empresa, a Expresso Guarará, pagava mensalmente uma caixinha de R$ 40 mil. No total, ela diz ter desembolsado cerca de R$ 2 milhões de propina.
Ontem, à Folha, o médico João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado Celso Daniel, disse desejar uma acareação com o assessor do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e com a ex-mulher do prefeito, Miriam Belchior.
O presidente da CPI, vereador Antonio Leite (PT), que anteontem afirmou que não seria necessária nenhuma outra acareação além da marcada para segunda-feira, disse ontem que a decisão sobre uma acareação entre João Francisco, Gilberto e Miriam caberá a todos os membros da comissão, na reunião de segunda.
Gilberto não fez objeção a uma possível acareação. Afirmou que estaria à disposição da CPI "para qualquer esclarecimento". Miriam foi procurada anteontem e ontem, mas não foi localizada pela reportagem.
João Francisco, em depoimento à Promotoria e à CPI, afirmou que Gilberto teria lhe contado que entregou R$ 1,2 milhão ao presidente do PT, José Dirceu, para financiar campanhas petistas. Miriam teria confirmado que a propina seria para financiar campanhas. Todos negam a versão do médico.


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