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Justiça rejeita cobrança de Valério ao PT
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em sentença dada ontem, um dia após a abertura do processo do mensalão, o Tribunal de Justiça
do Distrito Federal julgou
"totalmente improcedente" a cobrança feita por
Marcos Valério de Souza
sobre o PT da dívida de R$
100 milhões dos supostos
empréstimos bancários
que teriam financiado os
repasses a aliados políticos do governo Lula.
O juiz Paulo Cerqueira
Campos condenou as empresas ligadas a Valério a
pagar R$ 5,6 milhões a título de despesas processuais e honorários dos advogados do PT. A cobrança
feita foi considerada indevida por falta de documentos que provem responsabilidade formal do PT no
pagamento dos supostos
empréstimos dados pelos
bancos BMG e Rural.
Apesar de a decisão aparentemente beneficiar o
PT, o juiz faz duras críticas
ao partido: "No afã de galgar o poder político, o PT
traiu seus ideais e seus afiliados", diz o trecho final
da sentença.
Procurados pela Folha,
os advogados de Marcos
Valério disseram que só
irão se manifestar depois
da publicação da sentença.
Já o advogado do PT Márcio Luiz Silva disse que o
juiz acatou os argumentos
do partido ao afirmar que
os supostos empréstimos
foram concedidos pelo
BMG e pelo Rural "ao arrepio da lei, em afronta às
disposições estatutárias
[do PT] e para fins espúrios". O PT comemorou a
sentença, "apesar do proselitismo", comentou.
A denúncia do procurador-geral da República
considera as operações
bancárias entre as empresas de Marcos Valério e os
bancos BMG e Rural como
"pseudo-empréstimos",
"empréstimos simulados", ou ainda de meras
operações de lavagem de
dinheiro destinado ao caixa dois do PT.
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