São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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Justiça rejeita cobrança de Valério ao PT

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em sentença dada ontem, um dia após a abertura do processo do mensalão, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal julgou "totalmente improcedente" a cobrança feita por Marcos Valério de Souza sobre o PT da dívida de R$ 100 milhões dos supostos empréstimos bancários que teriam financiado os repasses a aliados políticos do governo Lula.
O juiz Paulo Cerqueira Campos condenou as empresas ligadas a Valério a pagar R$ 5,6 milhões a título de despesas processuais e honorários dos advogados do PT. A cobrança feita foi considerada indevida por falta de documentos que provem responsabilidade formal do PT no pagamento dos supostos empréstimos dados pelos bancos BMG e Rural.
Apesar de a decisão aparentemente beneficiar o PT, o juiz faz duras críticas ao partido: "No afã de galgar o poder político, o PT traiu seus ideais e seus afiliados", diz o trecho final da sentença.
Procurados pela Folha, os advogados de Marcos Valério disseram que só irão se manifestar depois da publicação da sentença. Já o advogado do PT Márcio Luiz Silva disse que o juiz acatou os argumentos do partido ao afirmar que os supostos empréstimos foram concedidos pelo BMG e pelo Rural "ao arrepio da lei, em afronta às disposições estatutárias [do PT] e para fins espúrios". O PT comemorou a sentença, "apesar do proselitismo", comentou.
A denúncia do procurador-geral da República considera as operações bancárias entre as empresas de Marcos Valério e os bancos BMG e Rural como "pseudo-empréstimos", "empréstimos simulados", ou ainda de meras operações de lavagem de dinheiro destinado ao caixa dois do PT.


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