DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que a decisão do STF de aceitar a denúncia contra todos os petistas envolvidos no caso do mensalão não significa que tenha ficado comprovada a compra de votos no Congresso pelo governo Lula.
Em entrevista publicada no site do PT, ele disse que "o importante é encarar isso como parte do processo democrático". "Não nos cabe debater minúcias. Apenas reafirmar que a acusação de compra de votos continua carente de sustentação, principalmente quando se vê o então presidente da Câmara [João Paulo Cunha] e o então líder do governo [Profº Luizinho] entre os processados por corrupção. Teriam algum motivo para vender seus votos?"
Em discurso na Câmara, José Genoino, um dos réus, pediu para ser julgado "o mais rápido possível". "Participei, sim, de acordos políticos, mas jamais recebi qualquer benefício nem ofereci qualquer vantagem."
No Senado, um dos personagens literários mais populares do final dos anos 80, o corretor de Wall Street Sherman McCoy foi introduzido no imaginário do mensalão por Aloizio Mercadante, que comparou o infortúnio do personagem do escritor Tom Wolfe àquele que seria agora vivido pelos 40 réus.
Na sessão da Comissão de Constituição e Justiça que votava a indicação de Carlos Alberto Direito para o STF, Mercadante sugeriu ao novo ministro a leitura do livro que descreve a derrocada de McCoy, "A Fogueira das Vaidades".
"Sugiro ao senhor a leitura de um livro, que talvez o senhor já conheça, que se chama "A Fogueira das Vaidades". Nesse momento em que o acatamento de uma denúncia é tomado como uma condenação, é bom ler a história de um cidadão que se vê sem amparo, atacado pela imprensa, pela polícia, e que só encontra amparo no último reduto, o do magistrado", disse.
O livro de Tom Wolfe trata da derrocada de McCoy após se perder em Nova York e ir parar no Bronx, onde atropela um homem negro. Depois de fugir sem prestar socorro, McCoy é levado ao centro de um escândalo com grande repercussão e que acaba nas primeiras páginas de jornais sensacionalistas. (RANIER BRAGON)


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