São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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FHC cobra de Lula condenação a mensaleiros

DA REPORTAGEM LOCAL

O comando do PSDB se esforçou ontem para levar a crise do mensalão para o governo. Dizendo que esse é papel do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cobrou uma manifestação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo FHC, Lula tem obrigação de condenar os réus. Do contrário, será, no mínimo, leniente.
"Não adianta o presidente fazer de conta que não é com ele. É com ele, sim. Não estou dizendo que seja responsável. Mas, enquanto não repudiar, dá a sensação de que está conivente, ou pelo menos leniente", disse FHC, depois de ressaltar a gravidade da denúncia: "Essa organização criminosa estava incrustada no governo e usou dinheiro público".
Para FHC, o processo pode abalar o PT em 2010.
Candidato derrotado em 2006, o ex-governador Geraldo Alckmin afirmou que o governo está sendo julgado. "É o governo Lula que está no banco dos réus. Isso aconteceu dentro do governo", disse, sem poupar o PT."Tem toda uma teia."
Enquanto os tucanos miram em Lula, o governador de São Paulo, José Serra, estará hoje com o presidente para assinatura de convênio de liberação de R$ 24,7 milhões para a conclusão da ponte sobre o rio Paraná, entre Paulicéia (SP) e Brasilândia (MS). A obra já consumiu R$ 110 milhões.
Serra se reunirá com o ministro Nelson Jobim (Defesa).
Participante, ao lado de FHC, de palestra sobre voto distrital, o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG) frisou que os réus "não fazem parte do governo" e "cada um tem que mostrar sua inocência ou não". "Depois do afastamento de Dirceu, o governo se tornou mais plural, mais arejado, melhor".
Virgílio disse que não se arrepende de ter apresentado o publicitário Marcos Valério à cúpula do PT. Ele disse que o publicitário se afastou dele talvez por suas divergências com o comando petista. "O José Dirceu, o Delúbio, o Genoino e o Silvio Pereira queriam até me expulsar do partido."


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