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Richa diz não esperar discriminação do PT
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Vice-prefeito de Curitiba, duas
vezes deputado estadual e candidato derrotado ao governo em
2002, o engenheiro civil Carlos Alberto Richa, candidato do PSDB,
39, chega à eleição de segundo
turno assumindo o compromisso
de mudar o estilo de administrar a
cidade.
(MT)
Agência Folha - Como o sr. espera
ser a relação de um prefeito de
oposição com o governo Requião,
no Estado, e com o governo Lula,
caso seja eleito neste domingo?
Beto Richa - Não vejo problema
nenhum. Tenho uma relação respeitosa com o governador. É lógico que no processo eleitoral as
coisas se acirram, mas tenho dificuldade de acreditar que ele vá
discriminar um prefeito de oposição depois. Com o governo federal, vamos cobrar tudo o que é de
direito e necessário para a nossa
cidade. Meu pai [o ex-governador
e ex-senador José Richa, morto no
ano passado] também foi prefeito
[de Londrina] em oposição aos
governos do Paraná e federal no
período mais duro da ditadura e
não enfrentou problemas. Quando há prefeitos sérios e competentes, logicamente se atrai bons recursos que viabilizam propostas.
Agência Folha - Em que área o sr.
pretende se projetar como administrador?
Richa - Na social. As questões
envolvendo a população mais carente são as mais urgentes. Vou
criar uma nova administração regional na Cidade Industrial de
Curitiba e urbanizar áreas de risco
e dar atenção maior a essas famílias que moram em condições subumanas. Hoje há 255 mil pessoas em bolsões de pobreza e 240
áreas de habitação irregular.
Agência Folha - O prefeito Cassio
Taniguchi (PFL) diz que o sr. não
pode ser dissociado de sua administração, por manter cargos de
confiança na equipe dele. Como explicar isso?
Richa -Tenho divergências profundas com a atual gestão, que se
acumularam com o tempo. Foi
um governo isolado, que não dialogou. Meu estilo é outro e quero
implementar uma gestão democrática. Quanto a indicações, não
tenho, exceto as do meu gabinete.
É só lembrar que, quando decidi
ser candidato, os secretários ligados a mim foram demitidos.
Agência Folha - A eleição de Curitiba repete o cenário de São Paulo,
de confronto direto entre PT e
PSDB. A eleição na capital do Paraná é uma prévia da de 2006?
Richa -Curitiba tem densidade
eleitoral muito grande. Tem história de cidade bem resolvida.
Quanto a 2006, o PSDB terá candidato próprio no Estado e os melhores quadros a oferecer. Estão aí
o tão bem avaliado governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin, e a
liderança nova do governador de
Minas, Aécio Neves. O [José] Serra fica fora porque vai governar
São Paulo.
Agência Folha - Conceitualmente, no que sua campanha difere da
do adversário?
Richa -O candidato do PT quer
confundir o eleitor até no visual.
Levou para as ruas, neste segundo
turno, até as cores azul e amarela,
tradicionais do PSDB, o que choca os visitantes e revela uma crise
de identidade do outro lado. Ele
quer fugir do vermelho muito
provavelmente porque a cor remete às promessas não cumpridas do governo Lula.
Agência Folha - A queda do preço
da tarifa de ônibus (hoje R$ 1,90) é
sua proposta mais popular. É possível cumpri-la sem depender de
subsídios do governo federal?
Richa -É, sim. Vou cobrar do governo federal a desoneração dos
tributos que respondem por 40%
da passagem. E o impacto do diesel, que é de 20%. No campo municipal, vamos discutir redução
do ISS (Imposto Sobre Serviços),
mexer na taxa de gerenciamento
operacional do sistema, quebrar a
caixa-preta da Urbs (empresa da
prefeitura que gerencia o sistema)
e reativar o conselho municipal
dos transportes. A tarifa pode,
sim, ser mais justa. Não sei o valor, mas vai baixar.
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