São Paulo, terça-feira, 30 de outubro de 2007

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Outro lado

Caso é "cortina de fumaça", diz advogado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, nega ter havido esquema de desvio de verbas em seu governo, disse o advogado Newley Amarilla, que o defende.
Amarilla diz que a divulgação do suposto livro-caixa, sem a investigação estar concluída, foi uma forma de o Ministério Público Estadual criar "uma cortina de fumaça" para esconder a decisão do TJ (Tribunal de Justiça) que, na semana passada, mandou suspender uma ação penal contra Zeca do PT.
O advogado argumentou no TJ que o Ministério Público não tem competência para investigação criminal. O Ministério Público recorrerá da decisão.
"É mais fácil o sargento Garcia prender o Zorro que o Zeca do PT me ajudar. Nunca tive relações com o governo dele", afirmou ontem o senador Delcídio Amaral (PT-MS). Ele presidiu em 2005 a CPI dos Correios que, entre outros casos, investigou o mensalão do governo Lula. "A minha relação com Zeca já não era boa, mas está ainda pior", complementou o senador petista.
A relação entre os dois petista não é boa desde as eleições para presidente estadual do PT em 2005.
O deputado federal Antônio Carlos Biffi (PT-MS) disse que rompeu com Zeca em 2002 e não poderia estar em uma lista de pagamentos. "Ele demitiu meu pessoal. Eu estava afastado do governo."
Via assessoria, o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), sobrinho do ex-governador, disse desconhecer qualquer esquema de desvio de dinheiro. Sobre o livro-caixa, Loubet não falou porque, segundo a assessoria, estava incomunicável no interior de Mato Grosso do Sul.
Raufi Marques, ex-secretário de Governo de Zeca do PT, também nega esquema de desvio de verba. "Até agora não fui ouvido e o Ministério Público está fazendo confusão. As anotações [do livro-caixa] não se referiam a despesa do governo", disse.
Já Mariano Cabreira, presidente estadual do PT, afirmou: "Se há uma lista de pagamento com meu nome, alguém recebeu dinheiro no meu lugar".
A reportagem não conseguiu localizar o ex-deputado João Grandão (PT).


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