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DIPLOMACIA
Escolha será em 2003
Brasil indica juíza de SP para corte internacional
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério das Relações Exteriores apresenta hoje à ONU (Organização das Nações Unidas) a
candidatura da desembargadora
federal Sylvia Helena Figueiredo
Steiner, 49, para representar o
Brasil no TPI (Tribunal Penal Internacional). O prazo termina à
meia-noite.
A eleição para escolha dos 18
juízes acontece entre 3 e 7 de fevereiro na sede da ONU em Nova
York (EUA). Votam todos os 76
países que ratificaram o Estatuto
de Roma, que instituiu o tribunal.
Caberá ao Itaramaty a defesa da
candidatura da desembargadora.
Ou seja, os diplomatas brasileiros
conversarão com colegas estrangeiros pedindo voto para Steiner.
O TPI foi instalado em julho
deste ano em Haia (Holanda) e
tem como atribuição o julgamento de crimes de guerra, genocídios
e crimes contra a humanidade cometidos por pessoas. É preciso
que o país julgue o processo antes
de remetê-lo para o tribunal.
O principal opositor da criação
do tribunal são os EUA, que tentam convencer os Estados-parte
do Estatuto de Roma a assinar
acordos bilaterais alternativos.
O objetivo é evitar que cidadãos
americanos sejam enviados ao
tribunal. O Brasil não assinou o
acordo e vem sofrendo pressão de
Washington para isso. O presidente Fernando Henrique Cardoso deixou a decisão para seu sucessor. Caso o presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva não assine o acordo, cidadãos americanos
que tenham cometido os crimes
previstos no TPI e que tenham sido presos em território brasileiro
poderão ser enviados a Haia.
Um pacote de mudanças legais
foi enviado ao Congresso para alterações na legislação nacional. O
documento prevê a inclusão dos
crimes do TPI na Constituição e
no Código Penal.
Caso o Brasil não faça as alterações será como se o processo interno já tivesse terminado. Ou seja, o TPI poderá julgar brasileiros
mesmo que a Justiça interna não
tenha como processá-los.
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