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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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RUMO A 2004

Eleições em Santos voltam a dividir o PT

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Quase oito anos após a virulenta disputa que pôs fim ao laboratório de experiências sociais do PT em Santos (SP), quatro postulantes se enfrentarão hoje na prévia que escolherá o candidato do partido à prefeitura da cidade, a principal do litoral paulista.
Entre os dirigentes partidários, é quase unânime a avaliação de que nenhum dos quatro conseguirá a preferência de mais de 50% dos 1.253 filiados com direito a voto. Se a expectativa se confirmar, os dois mais votados disputarão um segundo turno no próximo dia 14 de dezembro.
Além da deputada federal Telma de Souza, que pretende se candidatar ao cargo pela quinta vez, os demais postulantes são os deputados estaduais Maria Lucia Prandi e Fausto Figueira, o preferido da cúpula nacional do partido, e o assistente social Flávio Saraiva. Os três primeiros integram o chamado "campo majoritário" do PT. O último representa a "esquerda" do partido.
Na eleição de 1996, o confronto entre os grupos do então prefeito David Capistrano Filho (morto em 2000) e de sua antecessora, Telma de Souza, resultou numa "guerra fratricida", como costumam definir os petistas. A candidata do prefeito, a ex-vereadora Suely Maia, enfrentou Telma na prévia e perdeu.

Contra-exemplo
O conflito produziu um "racha" inconciliável no PT local que levou à derrota da ex-prefeita para Beto Mansur (PP), reeleito em 2000 contra a mesma adversária. Até hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva costuma usar o caso de Santos como um contra-exemplo de como o partido deve se preparar para uma eleição.
Desta vez, a disputa se desenvolve em um ambiente "bastante civilizado", segundo a presidente do diretório municipal do PT, vereadora Cassandra Maroni Nunes. "Minha preocupação é com o segundo turno", afirmou, em referência ao risco de a disputa se tornar mais ferrenha.
Embora as tentativas de consenso destinadas a evitar a prévia tenham fracassado, ela afirma que nos debates internos os pré-candidatos se comprometeram a apoiar o vencedor.
"O problema não é a prévia, mas como se chega a ela. Em 96, o caminho foi muito difícil e deixou feridas. Hoje, há quatro pré-candidatos, mas todos aprenderam com aquilo", disse o ex-vereador Brito Coelho, pré-candidato à Prefeitura de São Vicente e coordenador da Macrorregião da Baixada Santista do PT.
O vencedor da prévia petista deverá ter como principais adversários o atual diretor-presidente da Cetesb, o ex-deputado Rubens Lara (PSDB), o vice-prefeito João Paulo Papa (PMDB), provável candidato de Beto Mansur, e, possivelmente, o deputado federal Vicente Cascione (PTB), vice-líder do governo Lula na Câmara.
Dentre os maiores municípios paulistas, o PT teve de recorrer a prévias para escolher candidatos a prefeito para 2004 em Sorocaba, Jundiaí e Cubatão. Hoje, além de Santos, haverá prévia no Guarujá.


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