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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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RORAIMA

Governador do PT afirma que, se cair, cai de pé

JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA

Dizendo-se muito "acuado, cansado e pressionado" pelo momento político vivido por sua administração, atingida por uma investigação que apura desvios de recursos públicos da ordem de R$ 230 milhões e uma ação que tramita na Justiça Eleitoral, o governador de Roraima, Flamarion Portela, 48, (PT) demonstrou receio de perder o cargo, mas disse ter a "consciência limpa" .
"Se eu cair, eu caio de pé", disse o governador petista ontem. Portela também reagiu às declarações de companheiros de partido que acreditam que o seu nome precisa ser investigado.
"Jamais pensei na minha vida em ser governador. E, agora, eleito, não imaginava encontrar tanta dificuldade. Tem horas que a gente até faz uma reflexão: "Meu Deus, será que precisa ser tão difícil construir algo para melhorar a vida das pessoas?" Estou muito acuado, na defensiva, muito bombardeado. Acham que Roraima é um bando de bandidos querendo assaltar o Estado, e não é assim."
Portela diz ter se filiado ao PT, neste ano, por convites de Silvio Pereira, secretário Nacional de Articulação do partido, do presidente da sigla, José Genoino, e do ministro José Dirceu (Casa Civil), para honrar o partido.
"Se o partido achar que estou desonrando o PT, eu tenho condições, tranquilamente, de me desligar. Se algum membro achar que estou desonrando o partido, e assim também entender a direção, eu saio. Essas declarações [de que seu nome deve ser investigado], me causam muito impacto e me surpreendem."
O governador, em um momento que não conseguiu conter as lágrimas, falou sobre a possibilidade de perder o cargo, uma vez que tramita contra ele, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma ação de abuso do poder econômico, que teria sido cometido durante o pleito de 2002. Além disso, as investigações sobre o "escândalo dos gafanhotos" demonstrariam que, durante a gestão de Portela no ano passado (ele assumiu o poder em abril de 2002, no lugar de Neudo Campos), os desvios de recursos públicos teriam continuado.


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