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PT NO DIVÃ
Presidente discursa para prefeitos eleitos do partido e minimiza derrota de candidatos petistas em SP e Porto Alegre
Lula cobra empenho do PT e elogia Palocci
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em discurso para mais de 300
prefeitos eleitos do PT ontem, em
Brasília, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva cobrou empenho
para a realização das promessas
históricas do partido, defendeu a
política econômica, minimizou as
derrotas petistas em São Paulo e
Porto Alegre e fez alertas sobre as
dificuldades de governar.
De improviso, começou sua fala
com uma brincadeira. "Nesse período vocês todos têm o poder e
nenhum problema. Depois vocês
vão ter muitos problemas e menos poder", disse.
Segundo Lula, não há melhor
período que aquele entre a vitória
nas urnas e a posse. E fez um alerta: "O primeiro ano de mandato é
o mais de difícil".
Lula disse estar tranqüilo quanto aos compromissos feitos em
sua campanha e as realizações de
seu governo. Defendeu a política
econômica do governo e, mais especificamente, o ministro Antonio Palocci (Fazenda), que não
discursou no evento.
Ao dizer que está afinado com o
petista "como a "5ª Sinfonia de
Beethoven'", Lula completou:
"Palocci é um cara mais tranqüilo.
Mas nós pensamos 99% das coisas iguais. Há uma diferença no
tom das falas", declarou Lula.
Sem citar nominalmente a prefeita Marta Suplicy, o presidente
afirmou que a imprensa de São
Paulo polarizou a disputa apenas
das eleições naquela capital, fazendo parecer que havia um embate PT-PSDB em todo país. "O
PT nem perdeu, nem PT e nem
PSDB foram os protagonistas",
disse, lembrando que as duas siglas tiveram apenas cerca de um
terço de todos os votos no país.
Sobre a derrota em Porto Alegre, Lula teceu elogios ao agora
ministro Olívio Dutra, que já governou a cidade. "Perdemos? E
daí? O povo quer fazer outra experiência", disse. Sobre as dificuldades financeiras, Lula deu outro
aviso: "A gente sempre arrecada
menos do que precisa". Entre outros comentários, pediu que os
prefeitos lembrassem: "Nem todo
mundo é tão amigo da gente."
"Nós temos que perguntar se
nós temos competência para fazer
tudo aquilo que ao longo dos últimos 30 anos acalentamos junto
ao nosso povo que a gente seria
capaz de fazer", disse Lula, levantando aplausos.
Antes de Lula, discursou o ministro José Dirceu (Casa Civil),
que também fez ampla defesa da
política econômica adotada até
agora. Segundo ele, o ajuste fiscal
está inserido numa política maior
de desenvolvimento que inclui a
ampliação dos programas sociais.
Ele fez um balanço dos sucessos
obtidos até agora e anunciou como prioridade para 2005 o investimento em infra-estrutura e na
educação técnica profissional.
Entre os destaques, o combate
ao crime organizado e a "luta sem
quartel" contra a corrupção. "Não
fizemos apenas um saneamento
fiscal", disse Dirceu.
No encontro do PT, o governo
federal promove hoje um "curso
intensivo" de administração municipal para o grupo de prefeitos
eleitos . Utilizando funcionários
de suas pastas, seis ministérios estarão ensinando os petistas a obter verbas e a conhecer os programas sociais do governo.
As "aulas" dos ministros no
"Encontro Nacional de Prefeitos e
Prefeitas do PT" servirão bem a
ambos os lados. Dos 411 prefeitos
eleitos, apenas 83 são reeleitos.
Para o governo, interessa fortalecer a execução na ponta de seus
programas sociais -hoje alvo de
fortes críticas. Além disso, administrações petistas eficientes pulverizadas em todo país darão base
sólida para reeleger Lula em 2006,
que chegou ontem por volta das
20h30 ao evento.
"Vamos discutir a necessidade
de estarmos unidos na reeleição
do presidente Lula. Por melhor
gestores que sejamos, não resolveremos os problemas sozinhos.
Isso faz parte de um plano nacional. E passa pela reeleição [de Lula]. Precisamos ganhar em 2006 e
isso requer uma base aliada ampla", afirmou antes do início do
encontro o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.
(LEILA SUWWAN, LUIS RENATO STRAUSS E JULIA DUAILIBI)
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