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Grupo tenta deter convenção peemedebista
FERNANDO RODRIGUES
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ala do PT sob influência
de José Dirceu (Casa Civil)
faz pouco esforço para ajudar na manutenção do
PMDB no governo. Por essa
razão, está cada vez mais difícil para os peemedebistas
governistas adiar a convenção nacional da sigla, marcada para o dia 12, e que pode
resultar no rompimento
com o Planalto.
Por conta desse cenário, a
ala governista do PMDB estuda tomar medidas jurídicas para evitar a convenção.
É possível que o encontro seja suspenso por alguma medida liminar da Justiça.
"Vou esgotar até o último
minuto do tempo disponível
para mostrar que a convenção só nos divide. Oficializará as fraturas expostas do
partido e ampliará o mal-estar entre os companheiros",
diz o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira
(PMDB), um dos articuladores da ala pró-Planalto.
Para o ministro, seria uma
"loucura com o país" a saída
da base aliada. "Neste momento, o PMDB tirar o seu
apoio é desmantelar a governabilidade do país." Para ele,
caso ocorra, a convenção
servirá para "prestar um
desserviço" ao país.
Eunício não fala, mas a Folha apurou que advogados já
estudam possibilidades para
melar na Justiça o encontro.
A situação para o PMDB
governista fica mais difícil a
cada dia porque o PT não
tem feito esforços para agradar à sigla nos Estados. Esse
corpo mole é comandado,
segundo a Folha ouviu de
peemedebistas, por Dirceu.
A Casa Civil nega.
A ação mais recente do PT
contra o PMDB foi em Santa
Catarina. No fim de semana,
o PT estadual decidiu romper com o governador Luiz
Henrique, peemedebista.
O PMDB tem hoje dois ministérios (Comunicações e
Previdência). Se a convenção for realizada, é quase
certo que será aprovada a
entrega desses e de outros
cargos de peemedebistas. Na
prática, no Congresso, o significado não seria tão grande. Os governistas do PMDB
possivelmente continuariam a votar com o Planalto.
Os peemedebistas que se
recusarem a sair do governo,
porém, poderiam enfrentar
processo de expulsão.
Só há duas formas de a
convenção nacional não ser
realizada: a Executiva do
partido desconvocá-la ou alguma decisão judicial.
Composta por 16 membros, a Executiva peemedebista tende a ser hoje mais
oposicionista. Entre os 15 titulares (um cargo está vago),
o deputado Geddel Vieira
Lima (PMDB-BA) prevê placar anti-Lula de 8 a 7. O voto
do primeiro suplente seria
pelo rompimento.
Conseqüência dessa indecisão do PMDB é que empaca a reforma ministerial. Lula não quer correr o risco de
nomear um ministro que fique ameaçado de expulsão.
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