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ACERTO DE CONTAS
Grupo reivindica compensação de perdas sofridas com a Lei Kandir; para 2005 querem repasse de R$ 9,1 bilhões
Governadores cobram R$ 2,2 bi de Palocci
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os governadores dos dez maiores Estados exportadores do país
se reúnem hoje para reivindicar
do ministro da Fazenda, Antonio
Palocci, R$ 11,3 bilhões para compensação das perdas provocadas
pela Lei Kandir. Eles exigem a inclusão de uma dotação de R$ 9,1
bilhões no Orçamento do ano que
vem, além do pagamento de
R$ 2,2 bilhões ainda neste ano.
Antes da audiência, programada para as 16h, os governadores
-incluídos os da base aliada, como os de Mato Grosso, Blairo
Maggi (PPS), e do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB)-
terão um encontro.
Com a Lei Kandir, os governadores são compensados pela desoneração das exportações. Para
estimular o setor, os Estados dão
aos exportadores crédito em
ICMS. Em troca, são parcialmente
compensados pela União. Segundo o governador de Minas, Aécio
Neves (PSDB), os governadores
vão mostrar a Palocci que, em
2002, o governo participou com
50%. Em 2004, caiu para 19%. Para 2005, a estimativa de perda é de
R$ 18,2 bilhões. Mas não há previsão de recursos no Orçamento.
"Queremos mostrar que isso
não é brincadeira. O que incomoda os governadores é que apresentam o problema como se fosse
dos governadores. É do país", disse Aécio.
Os governadores também atuarão nas suas bancadas no Congresso Nacional. O governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), por exemplo, se reunirá
com a bancada paulista. Além de
discutir as emendas para o Estado, ele proporá uma ação dos deputados.
Secretário de Planejamento do
Estado, Andrea Calabi diz que o
Congresso tem de atuar para que
o "governo cumpra seu compromisso". Segundo ele, a União não
pode usar os recursos do fundo de
exportação em outras áreas para
"escamotear um buraco".
O governador do Amazonas,
Eduardo Braga (PPS), não está na
lista dos participantes, embora esteja hoje em Brasília. Mas diz que
nem iria à audiência. Para ele, "o
problema tem de ser resolvido no
Congresso".
"Os Estados", diz, "não sobrevivem sem o fundo de exportações.
E isso não interessa só aos governadores, mas ao país".
Para ele, ao se recusar a cumprir
uma obrigação, o governo federal
"põe um bode na sala" e desvia
atenção de outras reivindicações
não cumpridas, como o fundo de
desenvolvimento regional.
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