São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2004

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Defesa espera "bom senso" de juíza sobre decisão de prisão preventiva

DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas de uma possível prisão preventiva, os advogados de Paulo Maluf (PP) não economizaram elogios à juíza federal Sílvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, a quem caberá a decisão de decretar ou não a prisão preventiva do ex-prefeito.
Os criminalistas Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente da seção paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), José Roberto Batocchio, ex-deputado federal e ex-presidente da entidade, e José Roberto Leal disseram contar com o "profissionalismo" e o "bom senso" da juíza.
Questionados se conheciam alguma caso em que ela havia atuado, disseram que não.
"A juíza é preparada e conhecida por agir estritamente dentro do aspecto jurídico. Por isso, não acredito que ela decrete a prisão", afirmou D'Urso.
"A juíza é conhecida por ser bastante sensata", completou Batocchio. Para Leal, por sua vez, a juíza "sempre decidiu com os fundamentos de direito que ela aprendeu na faculdade".
Tanto Batocchio quanto D'Urso foram contratados há menos de dez dias para trabalhar ao lado dos advogados Ricardo Tosto (cível) e José Roberto Leal (penal), que há mais de seis anos defendem Maluf.
"Não há motivo para a decretação de uma prisão. Maluf é conhecido por todos, mora na mesma casa há anos, tem profissão conhecida e nunca se negou a prestar esclarecimentos. O que o Ministério Público quer fazer é circo", afirmou Leal.
A Procuradoria, em seu pedido, disse que Maluf tentou movimentar dinheiro depositado em bancos no exterior.
"Isso é um absurdo. Se está bloqueado, como poderia ter tentado movimentar?", questionou D'Urso, que se dedica mais à defesa de Lígia e de Maurílio Curi, filha e genro de Maluf também denunciados por lavagem de dinheiro.
"Se Maluf diz que não tem dinheiro fora e o Ministério Público diz que ele tem, que a Justiça decida. O que não concordo é com uma condenação antecipada. Uma eventual prisão agora é pena antecipada, o que é um absurdo", afirmou Batocchio, que tem como prioridade a situação jurídica de Flávio Maluf, filho do ex-prefeito.
Desde 2001, Maluf diz que não tem contas bancárias fora do Brasil nem desviou dinheiro de obras públicas. Em sua defesa, costuma recorrer a certidões do TCM (Tribunal de Contas do Município), que aprovou as contas da Prefeitura de São Paulo no período em que foi prefeito (93-96).
Amigos do ex-prefeito afirmaram que, apesar de deprimido e bastante abatido, Maluf tem passado as manhãs no escritório da Eucatex, administrada pelo filho Flávio. No último sábado, participou de um almoço no Clube Monte Líbano com a família.


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