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Defesa espera "bom senso" de juíza sobre decisão de prisão preventiva
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas de uma possível
prisão preventiva, os advogados
de Paulo Maluf (PP) não economizaram elogios à juíza federal
Sílvia Maria Rocha, da 2ª Vara
Criminal Federal de São Paulo, a
quem caberá a decisão de decretar ou não a prisão preventiva do
ex-prefeito.
Os criminalistas Luiz Flávio
Borges D'Urso, presidente da seção paulista da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), José Roberto Batocchio, ex-deputado federal e ex-presidente da entidade,
e José Roberto Leal disseram contar com o "profissionalismo" e o
"bom senso" da juíza.
Questionados se conheciam alguma caso em que ela havia atuado, disseram que não.
"A juíza é preparada e conhecida por agir estritamente dentro
do aspecto jurídico. Por isso, não
acredito que ela decrete a prisão",
afirmou D'Urso.
"A juíza é conhecida por ser
bastante sensata", completou Batocchio. Para Leal, por sua vez, a
juíza "sempre decidiu com os
fundamentos de direito que ela
aprendeu na faculdade".
Tanto Batocchio quanto D'Urso
foram contratados há menos de
dez dias para trabalhar ao lado
dos advogados Ricardo Tosto (cível) e José Roberto Leal (penal),
que há mais de seis anos defendem Maluf.
"Não há motivo para a decretação de uma prisão. Maluf é conhecido por todos, mora na mesma
casa há anos, tem profissão conhecida e nunca se negou a prestar esclarecimentos. O que o Ministério Público quer fazer é circo", afirmou Leal.
A Procuradoria, em seu pedido,
disse que Maluf tentou movimentar dinheiro depositado em bancos no exterior.
"Isso é um absurdo. Se está bloqueado, como poderia ter tentado
movimentar?", questionou D'Urso, que se dedica mais à defesa de
Lígia e de Maurílio Curi, filha e
genro de Maluf também denunciados por lavagem de dinheiro.
"Se Maluf diz que não tem dinheiro fora e o Ministério Público
diz que ele tem, que a Justiça decida. O que não concordo é com
uma condenação antecipada.
Uma eventual prisão agora é pena
antecipada, o que é um absurdo",
afirmou Batocchio, que tem como
prioridade a situação jurídica de
Flávio Maluf, filho do ex-prefeito.
Desde 2001, Maluf diz que não
tem contas bancárias fora do Brasil nem desviou dinheiro de obras
públicas. Em sua defesa, costuma
recorrer a certidões do TCM (Tribunal de Contas do Município),
que aprovou as contas da Prefeitura de São Paulo no período em
que foi prefeito (93-96).
Amigos do ex-prefeito afirmaram que, apesar de deprimido e
bastante abatido, Maluf tem passado as manhãs no escritório da
Eucatex, administrada pelo filho
Flávio. No último sábado, participou de um almoço no Clube
Monte Líbano com a família.
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