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Minoria em CPI, oposição vai à Procuradoria
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
RENATA GIRALDI
Da FOLHA ONLINE
Como forma de contornar a
supremacia da base aliada na
CPI dos Cartões, o PSDB pretende fazer representações ao
Ministério Público Federal para que o órgão investigue as denúncias de irregularidades relacionadas ao uso dos cartões
corporativos do governo, como
o escândalo do dossiê produzido na Casa Civil sobre FHC.
A base aliada tem empregado
sua maioria esmagadora na CPI
(14 votos contra 7 da oposição)
para vetar os requerimentos
que não sejam de seu interesse,
como o de convocação da ministra Dilma Rousseff.
"O governo adotou a estratégia de confundir, de que todos
estão no mesmo embornal [saco]. Não podemos passar a idéia
de que concordamos com isso",
disse o senador Álvaro Dias
(PSDB-PR), principal defensor
no partido de apresentar requerimentos à Procuradoria.
"Vamos tentar tudo. O objetivo não é desprestigiar a CPI,
pelo contrário. Mas temos que
esclarecer os fatos", disse Arthur Virgílio (AM), líder do
PSDB no Senado.
Na semana passada, o PSDB
deu o primeiro passo na estratégia de recorrer ao Ministério
Público. Ingressou com representação na Procuradoria Geral da República pedindo investigação sobre a produção do
dossiê. Como o ministro Tarso
Genro (Justiça) já disse publicamente que não vê motivos
para que a Polícia Federal apure o caso, Arthur Virgílio não
descarta nova representação à
Procuradoria com pedido específico para que o órgão requeira
à PF instauração de inquérito.
Por sua vez, a base aliada já
definiu a estratégia a ser adotada na tentativa de salvaguardar
o governo e a ministra Dilma. A
idéia é isolar o debate em torno
do dossiê exclusivamente na
CPI mista (com deputados e senadores) dos Cartões e paralelamente manter o discurso
uníssono de que as informações vazadas são resultado de
um levantamento ou sindicância, evitando a palavra "dossiê".
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