São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2008

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Minoria em CPI, oposição vai à Procuradoria

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

RENATA GIRALDI
Da FOLHA ONLINE

Como forma de contornar a supremacia da base aliada na CPI dos Cartões, o PSDB pretende fazer representações ao Ministério Público Federal para que o órgão investigue as denúncias de irregularidades relacionadas ao uso dos cartões corporativos do governo, como o escândalo do dossiê produzido na Casa Civil sobre FHC.
A base aliada tem empregado sua maioria esmagadora na CPI (14 votos contra 7 da oposição) para vetar os requerimentos que não sejam de seu interesse, como o de convocação da ministra Dilma Rousseff.
"O governo adotou a estratégia de confundir, de que todos estão no mesmo embornal [saco]. Não podemos passar a idéia de que concordamos com isso", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), principal defensor no partido de apresentar requerimentos à Procuradoria.
"Vamos tentar tudo. O objetivo não é desprestigiar a CPI, pelo contrário. Mas temos que esclarecer os fatos", disse Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado.
Na semana passada, o PSDB deu o primeiro passo na estratégia de recorrer ao Ministério Público. Ingressou com representação na Procuradoria Geral da República pedindo investigação sobre a produção do dossiê. Como o ministro Tarso Genro (Justiça) já disse publicamente que não vê motivos para que a Polícia Federal apure o caso, Arthur Virgílio não descarta nova representação à Procuradoria com pedido específico para que o órgão requeira à PF instauração de inquérito.
Por sua vez, a base aliada já definiu a estratégia a ser adotada na tentativa de salvaguardar o governo e a ministra Dilma. A idéia é isolar o debate em torno do dossiê exclusivamente na CPI mista (com deputados e senadores) dos Cartões e paralelamente manter o discurso uníssono de que as informações vazadas são resultado de um levantamento ou sindicância, evitando a palavra "dossiê".


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