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Ex-governador usou documento anterior ao caso
DA SUCURSAL DO RIO
Sem informar datas, a
defesa do ex-governador
do Rio Anthony Garotinho
apresentou um documento de dezembro de 2003
como explicação para uma
conversa telefônica que
ele só viria a manter quase
três anos depois.
Grampeado pela Polícia
Federal, o telefonema
ocorreu em 10 de novembro de 2006, entre Garotinho e o delegado Álvaro
Lins, à época deputado estadual eleito. Nela, Lins
pede a Garotinho a demissão de um delegado, que
não estaria colaborando
com o suposto esquema
denunciado pelo Ministério Público Federal. O delegado perdeu o cargo.
Na tentativa de justificar o afastamento do policial, o advogado do ex-governador, Sérgio Mazzillo,
falou anteontem que Garotinho, na condição de
secretário de Segurança
Pública de Rosinha Matheus, agiu a pedido da
Firjan (Federação das Indústrias do Estado do RJ).
O grampo serviu como
sustentação da denúncia
da Procuradoria. Segundo
o advogado, o delegado estava envolvido em irregularidades e o ex-governador do Rio o afastara.
Em seu blog, Garotinho
disse que o afastamento
"deveu-se a uma correspondência" da Firjan. A
carta "relatava o fato de
uma importante empresa
(...) ter sido vítima de extorsão por policiais". "Por
sua contundência, acolhi
imediatamente a denúncia", declarou no blog.
A Firjan divulgou o documento. É o relato da Tribel sobre a ida à empresa
de um suposto delegado. O
texto não fala em extorsão.
A questão é que o documento data de 3 de dezembro de 2003 -três anos
antes da conversa flagrada
pela PF. Passado tanto
tempo, nem os delegados
eram os mesmos. O que foi
à Tribel chama-se Marco
Aurélio Castro, hoje na
Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública.
Em 10 de novembro de
2006, Garotinho não tinha
função no governo de sua
mulher. A Folha tentou
ouvir Garotinho e seu advogado. Nenhum deles havia sido localizado até a
conclusão desta edição. A
Firjan não quis comentar.
(ST)
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