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PT nacional atenua decisão contra aliança com tucanos
Diretório Nacional transforma "veto" à coligação em BH em "recomendação", e amplia prazo de palavra final para o dia 23 de junho
FERNANDA ODILLA
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT nacional recuou duplamente ontem da decisão sobre
a aliança com o PSDB em Belo
Horizonte. O veto da Executiva
Nacional foi transformado em
"recomendação", e o prazo final para decidir sobre a participação dos tucanos na chapa liderada por Márcio Lacerda
(PSB), ex-secretário do governador Aécio Neves (PSDB), foi
adiado para 23 de junho.
A resolução aprovada por 79
votos a 2 resolveu "recomendar
que o diretório municipal de
Belo Horizonte volte a deliberar sobre a política de alianças
aprovada, afastando a possibilidade de coligação com PSDB e
PPS". Em seguida, diz que caberá à Executiva Nacional, caso
necessário, se reunir novamente para analisar a coligação, levando em consideração duas
resoluções anteriores que vetaram expressamente a união de
petistas e tucanos em BH.
O presidente nacional do PT,
Ricardo Berzoini (SP), afirmou
que houve acordo com o prefeito da capital mineira, Fernando
Pimentel, para retirar da resolução a palavra "veto". Em contrapartida, Pimentel prometeu
que o diretório municipal seguirá à risca a orientação.
O grupo do prefeito, no entanto, espera que o PSB reaja,
exigindo a presença formal do
PT e do PSDB na chapa, acabando com o acordo interno.
Pesou também no recuo a
participação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva nas
negociações. Coube ao seu chefe-de-gabinete, Gilberto Carvalho, telefonar para integrantes
do diretório pedindo solução
menos traumática e que não
constrangesse o prefeito.
Na noite de quinta-feira, a
corrente majoritária do PT, da
qual Pimentel e Berzoini fazem
parte, se reuniu e rejeitou por
ampla maioria a aliança. Com a
derrota na sua própria corrente, o prefeito teve que aceitar o
acordo. "Foi um avanço. Nossos aliados concordaram com o
formato da resolução", disse.
"Não há apoio nacional a essa
proposta [de aliança entre PT e
PSDB]. O PT é um partido nacional, e é da direção a última
palavra", afirmou Berzoini.
Para o secretário nacional de
Assuntos Institucionais, Romênio Pereira, os defensores
da união em BH ganharam
tempo para tentar uma saída
intermediária. "O diretório fechou a porta, mas deixou uma
janelinha aberta", disse.
A Direção Nacional do PT
concorda com a participação
informal dos tucanos.
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci,
um dos maiores contestadores
da proposta de Pimentel, não
descartou a hipótese. "O PT
não toma decisão por terceiros.
Se ele [Aécio Neves] quiser dar
apoio político, é do processo,
não temos como impedir."
A posição do PT de manter
distância dos tucanos foi classificada como "equívoco" por representantes do PSDB e PSB.
"Com gestos desastrosos como esse, o PT pode ficar fora da
chapa. Assim, serão os petistas
que nos apoiarão informalmente", afirmou o secretário-geral do PSDB, Rodrigo de Castro. O vice-presidente nacional
do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), disse que a direção petista está criando tensão
e ignorando a vontade do PSB.
Márcio Lacerda disse acreditar numa solução: "O governador disse que, de um jeito ou de
outro, a aliança vai acontecer".
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