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RIO
Militante do prefeito afirma que recebeu folheto apócrifo
TRE vasculha templo da Universal atrás de propaganda contra Maia
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O TRE-RJ (Tribunal Regional
Federal do Estado do Rio de Janeiro) vistoriou ontem o templo
da Igreja Universal do Reino de
Deus no largo do Machado, no
Catete (zona sul do Rio), após receber denúncias de que fiéis estavam distribuindo panfletos com
acusações de corrupção contra o
prefeito Cesar Maia (PFL), candidato à reeleição.
O templo foi vasculhado pelos
fiscais do TRE, mas os panfletos
não apareceram. A Universal
apóia a candidatura do bispo
Marcelo Crivella (PL), principal
adversário do prefeito segundo as
pesquisas eleitorais. A pesquisa
Ibope/Rede Globo divulgada na
terça-feira mostra Crivella em segundo lugar nas intenções de voto
(16%), contra 41% de Maia. Crivella é sobrinho do bispo Edir Macedo, fundador e líder da Universal.
A confusão começou na noite
de anteontem, quando um militante de Maia soube que um grupo estaria panfletando no largo
do Machado. No local, o militante
recebeu um panfleto com acusações a Cesar Maia e aliados, como
a secretária municipal de Habitação, Solange Amaral, e o deputado federal Rodrigo Maia (PFL-RJ), filho do prefeito.
Um dos trechos dizia: "Cesar
Maia, ao longo de sua vida pública, ficou milionário e o Rio de Janeiro deixou de ser a cidade maravilhosa para se tornar a cidade
empobrecida".
Após ler o documento, o militante foi à delegacia de polícia do
bairro. Em depoimento, afirmou
ter sido ameaçado com uma arma
por integrantes do grupo que fazia a panfletagem. A polícia passou a suspeitar da Universal depois de verificar que a placa do
carro usado na panfletagem era
de propriedade da igreja.
Ao tomar conhecimento do fato, o juiz eleitoral Luís Márcio de
Oliveira expediu mandados de
busca e apreensão no templo da
Universal próximo ao local da
panfletagem.
A assessoria de imprensa de
Crivella informou que o PL não
tem envolvimento no caso. Segundo assessores da campanha, o
partido não distribui panfletos
apócrifos.
O pastor responsável pela Universal no largo do Machado, que
se identificou como Gláucio, não
quis falar sobre o episódio.
Segundo o prefeito, o candidato
do PL é "íntegro". Maia disse que,
se a confecção dos panfletos partiu da Universal, foi de uma pessoa sem ligações com Crivella.
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