São Paulo, sábado, 31 de julho de 2004

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RIO

Militante do prefeito afirma que recebeu folheto apócrifo

TRE vasculha templo da Universal atrás de propaganda contra Maia

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O TRE-RJ (Tribunal Regional Federal do Estado do Rio de Janeiro) vistoriou ontem o templo da Igreja Universal do Reino de Deus no largo do Machado, no Catete (zona sul do Rio), após receber denúncias de que fiéis estavam distribuindo panfletos com acusações de corrupção contra o prefeito Cesar Maia (PFL), candidato à reeleição.
O templo foi vasculhado pelos fiscais do TRE, mas os panfletos não apareceram. A Universal apóia a candidatura do bispo Marcelo Crivella (PL), principal adversário do prefeito segundo as pesquisas eleitorais. A pesquisa Ibope/Rede Globo divulgada na terça-feira mostra Crivella em segundo lugar nas intenções de voto (16%), contra 41% de Maia. Crivella é sobrinho do bispo Edir Macedo, fundador e líder da Universal.
A confusão começou na noite de anteontem, quando um militante de Maia soube que um grupo estaria panfletando no largo do Machado. No local, o militante recebeu um panfleto com acusações a Cesar Maia e aliados, como a secretária municipal de Habitação, Solange Amaral, e o deputado federal Rodrigo Maia (PFL-RJ), filho do prefeito.
Um dos trechos dizia: "Cesar Maia, ao longo de sua vida pública, ficou milionário e o Rio de Janeiro deixou de ser a cidade maravilhosa para se tornar a cidade empobrecida".
Após ler o documento, o militante foi à delegacia de polícia do bairro. Em depoimento, afirmou ter sido ameaçado com uma arma por integrantes do grupo que fazia a panfletagem. A polícia passou a suspeitar da Universal depois de verificar que a placa do carro usado na panfletagem era de propriedade da igreja.
Ao tomar conhecimento do fato, o juiz eleitoral Luís Márcio de Oliveira expediu mandados de busca e apreensão no templo da Universal próximo ao local da panfletagem.
A assessoria de imprensa de Crivella informou que o PL não tem envolvimento no caso. Segundo assessores da campanha, o partido não distribui panfletos apócrifos.
O pastor responsável pela Universal no largo do Machado, que se identificou como Gláucio, não quis falar sobre o episódio.
Segundo o prefeito, o candidato do PL é "íntegro". Maia disse que, se a confecção dos panfletos partiu da Universal, foi de uma pessoa sem ligações com Crivella.


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