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OUTRO LADO
Relatório não faz sentido, afirma empresa
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor corporativo de Planejamento e de Controle das Organizações Globo, Jorge Nóbrega,
disse que não fazem sentido as
suspeitas levantadas no relatório
da Kroll relativas à suposta ingerência da Telecom Italia nas compras da Vicom e da Net Sul pela
empresa Net Serviços (ex-Globo
Cabo), em 2000. Ele também negou que tenha havido vínculo societário entre o grupo italiano e as
operações de TV a cabo do grupo.
Nóbrega confirmou que a Telecom Italia propôs parcerias à Globopar em 2000, mas disse que a
única proposta que se confirmou
foi a venda de 30% da Globo.com,
por US$ 810 milhões. Em 2003, o
grupo italiano revendeu essa participação à Globo por R$ 123 milhões. O pagamento da Globo foi
em espaço publicitário na TV.
O diretor contestou a informação da Kroll de que parte do dinheiro recebido na venda dessas
ações teria ficado no exterior.
Segundo ele, os US$ 810 milhões
entraram no Brasil e foram registrados no Banco Central. Parte
dos recursos, disse, foi usada para
abater dívidas da Globopar, e a
outra parte, em investimentos.
Disse que a Globo recebeu propostas de várias empresas para associação na Net Serviços. A da Telecom Italia, afirmou, foi uma entre muitas que não prosperaram.
Sobre a suspeita de que subsidiárias da Telecom Italia teriam
adquirido ações da Net Serviços
no mercado secundário e, ainda,
que o grupo italiano teria ficado
com opções de compra de ações
conferidas primeiro à Microsoft,
Nóbrega disse que os acionistas
com direito a voto da Net Serviços
são: Globopar (68%), BNDESPar
(8,4%), Bradesplan (15,8%), RBS
(6,8%) e o público (1%).
O executivo disse que o departamento jurídico da Globo vai analisar que providências deverá tomar em relação ao relatório.
Brasil Telecom
Em nota enviada à Folha, a Brasil Telecom disse que, ""a exemplo
do governo federal", que contratou a Kroll para investigar assuntos de interesses da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, ligada ao Ministério da Ciência e
Tecnologia), também contratou a
agência para investigar a Telecom
Italia e suas práticas.
Afirma que em nenhum momento teve o objetivo de divulgar
informações para prejudicar a
imagem e o interesse de partes envolvidas. A nota diz que as investigações foram definidas pela Kroll
e que a Brasil Telecom ainda não
se valeu de informações obtidas
pela agência. Para a tele, houve
""divulgação ilegal e indevida de
resultados não conclusos".
Segundo a nota, a Kroll informou que os dados divulgados estão adulterados e têm servido para alimentar intrigas e ""propósitos inconfessáveis".
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