São Paulo, sábado, 31 de julho de 2004

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OUTRO LADO

Relatório não faz sentido, afirma empresa

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor corporativo de Planejamento e de Controle das Organizações Globo, Jorge Nóbrega, disse que não fazem sentido as suspeitas levantadas no relatório da Kroll relativas à suposta ingerência da Telecom Italia nas compras da Vicom e da Net Sul pela empresa Net Serviços (ex-Globo Cabo), em 2000. Ele também negou que tenha havido vínculo societário entre o grupo italiano e as operações de TV a cabo do grupo.
Nóbrega confirmou que a Telecom Italia propôs parcerias à Globopar em 2000, mas disse que a única proposta que se confirmou foi a venda de 30% da Globo.com, por US$ 810 milhões. Em 2003, o grupo italiano revendeu essa participação à Globo por R$ 123 milhões. O pagamento da Globo foi em espaço publicitário na TV.
O diretor contestou a informação da Kroll de que parte do dinheiro recebido na venda dessas ações teria ficado no exterior.
Segundo ele, os US$ 810 milhões entraram no Brasil e foram registrados no Banco Central. Parte dos recursos, disse, foi usada para abater dívidas da Globopar, e a outra parte, em investimentos.
Disse que a Globo recebeu propostas de várias empresas para associação na Net Serviços. A da Telecom Italia, afirmou, foi uma entre muitas que não prosperaram.
Sobre a suspeita de que subsidiárias da Telecom Italia teriam adquirido ações da Net Serviços no mercado secundário e, ainda, que o grupo italiano teria ficado com opções de compra de ações conferidas primeiro à Microsoft, Nóbrega disse que os acionistas com direito a voto da Net Serviços são: Globopar (68%), BNDESPar (8,4%), Bradesplan (15,8%), RBS (6,8%) e o público (1%).
O executivo disse que o departamento jurídico da Globo vai analisar que providências deverá tomar em relação ao relatório.

Brasil Telecom
Em nota enviada à Folha, a Brasil Telecom disse que, ""a exemplo do governo federal", que contratou a Kroll para investigar assuntos de interesses da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia), também contratou a agência para investigar a Telecom Italia e suas práticas.
Afirma que em nenhum momento teve o objetivo de divulgar informações para prejudicar a imagem e o interesse de partes envolvidas. A nota diz que as investigações foram definidas pela Kroll e que a Brasil Telecom ainda não se valeu de informações obtidas pela agência. Para a tele, houve ""divulgação ilegal e indevida de resultados não conclusos".
Segundo a nota, a Kroll informou que os dados divulgados estão adulterados e têm servido para alimentar intrigas e ""propósitos inconfessáveis".


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