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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Alckmin afirma que não fará mudanças nas leis trabalhistas
Candidato tucano participa de reunião com representantes dos padeiros e das costureiras vinculadas à Força Sindical
"Ele disse que não vai mexer em direito trabalhista de jeito nenhum", diz Miguel Eduardo Torres, que apóia Cristovam Buarque, do PDT
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a conquistar um setor associado ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva -o
sindicalismo-, o candidato do
PSDB à Presidência, Geraldo
Alckmin (PSDB), prometeu
manter os direitos trabalhistas
durante reunião com filiados à
Força Sindical. Em sua investida sobre as bases pedetistas,
Alckmin reuniu ontem, em São
Paulo, "uns 12, 15" dos 1.800
sindicatos filiados à central.
Entre os sindicalistas presentes havia representantes dos
padeiros e das costureiras.
Em resposta à mobilização
da CUT (Central Única dos
Trabalhadores) a favor da Lula,
a idéia é reunir filiados da Força Sindical e de outras centrais
em Brasília num ato pela candidatura de Alckmin no mês que
vem, provavelmente no dia 9.
Secretário do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo e organizador do encontro, Miguel
Eduardo Torres disse que o tucano se comprometeu a não tocar em direitos trabalhistas, como décimo-terceiro salário, férias e o FGTS: "Ele disse que
não vai mexer em direito trabalhista de jeito nenhum".
Na semana passada, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho,
disse que vai propor ao presidente a redução da alíquota da
multa rescisória do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço) de 50% para 40%:
"Eu estou propondo que a gente discuta a redução da multa
para retornar aos 40%. Não
tem por que manter os 10%".
Reforma
Na conversa, Alckmin voltou
a repetir que a reforma tributária e a política -apenas com a
exigência de fidelidade partidária- seriam as primeiras apresentadas caso fosse eleito. O tucano, porém, aboliu a discussão
sobre o fim da reeleição de sua
agenda de reforma política.
As reformas trabalhista e sindical dependeriam de negociação com trabalhadores, empresários e governo. A desoneração da folha de pagamento,
com incidência de impostos sobre faturamento, é uma das
promessas: "Vamos passar
agenda para nos os Estados do
Brasil, eles irem se incorporando", disse Alckmin, "Queremos
apoio de todos os trabalhadores, de todos os setores", disse.
Na reunião, Torres disse a
Alckmin que, apesar de presidir
o PDT no Estado e apoiar oficialmente a candidatura de
Cristovam Buarque, o presidente da Força Sindical, Paulo
Pereira da Silva, liberou os sindicatos da central na eleição.
Após o encontro, Alckmin
prometeu rigor do PSDB para
os parlamentares do partido
acusados de envolvimento no
escândalo dos sanguessugas.
"Aqueles que ficarem comprovado que têm participação
em ato de corrupção não vão ficar nem no partido", disse ele,
evitando falar pelo aliado, PFL.
Ele acusou Lula de tolerância
com a corrução: "Achar que
ninguém sabia de nada é ser
muito inocente na história".
Alckmin disse que ele faz uso
eleitoral das verbas públicas,
mas o eleitor não gosta: "Esperteza demais come o dono".
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