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MINAS GERAIS
Candidato do PMDB parte para o ataque para tentar evitar vitória do tucano Aécio Neves logo no primeiro turno
Em queda, Newton resgata estilo "trator"
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Cada vez mais distante do sonho de voltar ao Palácio da Liberdade com a disparada de Aécio
Neves (PSDB) nas pesquisas, o
candidato do PMDB ao governo
de Minas Gerais, Newton Cardoso, resgatou o estilo "trator" e partiu para o endurecimento.
Newton resistiu o quanto pôde.
Às vezes, foi contido por assessores. Mas, ao tomar conhecimento
da última pesquisa Ibope, que indica a vitória de Aécio no primeiro turno -42% de intenção de
voto para o tucano e 16% para ele,
em queda-, Newton decidiu bater o quanto puder. Vê nos ataques, frontais ou sinuosos, uma
chance para crescer na disputa.
"Para expulsá-lo daqui [o crime
organizado", é preciso vontade,
coragem e autoridade para liderar
a polícia em uma guerra sem tréguas. Um homem fraco, com certeza, não seria talhado para essa
missão, muito menos alguém
comprometido com as drogas",
afirmou no horário eleitoral.
A Câmara dos Deputados, presidida por Aécio desde 2001, também virou tema para o "trator" se
embrenhar. Escolheu a eleição de
Aécio para a presidência daquela
Casa, afirmando que o tucano se
aliou ao "corrupto" ex-senador
Jader Barbalho (PMDB-PA).
"Na hora de levar vantagem,
Aécio se junta a qualquer um e
risca a ética do seu dicionário.
Seus escrúpulos são uma mera
questão de oportunidade", disse o
locutor do programa newtista.
Os rumos que a campanha em
Minas pode tomar são incertos,
considerando o estilo agressivo
do peemedebista. Aécio, por sua
vez, disse que vai "reagir quando
achar necessário", mas chama os
ataques de "coisas menores".
"Estamos vendo ficar cada vez
mais acentuada, pelo menos em
determinada candidatura, a postura mais atrasada, mais antiga.
Não estou preocupado apenas em
disputar eleição. Estou me preparando para governar Minas Gerais. Portanto aí talvez esteja a diferença entre a minha candidatura e alguma outra", disse.
Aécio busca dar à sua candidatura um estilo altivo, resgatando
tradições da política mineira das
quais seu avô Tancredo Neves foi
um dos expoentes. Repete insistentemente que a solução para o
desenvolvimento do Estado passa
pelo campo da unidade política,
de forma que Minas Gerais volte a
influir na política nacional.
E sobrevaloriza de tal forma essa teoria que solta frases como
"depois da Presidência da República, a eleição para o governo de
Minas é a mais importante".
Foi com esse discurso que Aécio
conquistou o meio político mineiro e também o empresarial. Até
por isso, tem se esquivado de escancarar no seu programa eleitoral o apoio que dá a José Serra
(PSDB) na disputa presidencial.
Dos 12 partidos que o apóiam,
só o PSDB está com Serra. Os demais apóiam Ciro Gomes (PPS).
Por esse motivo, sempre que o
presidenciável tucano vem ao Estado, os aliados de Aécio em Minas se ausentam do seu palanque.
Essa adesão deixou isolados o
PMDB de Newton e o PT do candidato Nilmário Miranda, que
embora esteja coligado com o PL,
na prática os liberais não defendem o petista com afinco -a exceção é o senador José Alencar, vice de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e amigo de Nilmário.
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