São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2006

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Leia último artigo escrito por d. Luciano

Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, 75, arcebispo de Mariana (MG), preparou, durante sua internação, o que seria o último texto para a coluna que manteve na Folha durante 22 anos. O texto intitulado "São João Batista Vianey" seria publicado na edição de 2 de setembro. Desde 14 de abril de 1984, o arcebispo publicava aos sábados, na página A2 da Folha, sua coluna semanal. Leia abaixo o último texto enviado pelo arcebispo.

 

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

A IGREJA comemorou no dia 4 de agosto o Dia do Padre, que é festejado no dia de São João Batista Vianey, nascido na França no fim do século 18, filho de uma família bastante humilde de camponeses e sem meios para qualquer estudo. Sua mãe, muito religiosa, ensinava a João Batista as orações e o menino não só as aprendeu mas rezava todos os dias com muito fervor. Os tempos eram difíceis depois da revolução, mas graças ao padre Balley, que logo percebeu e incentivou a vocação do jovem, ele ingressou no seminário. Encontrou muita dificuldade em acompanhar os estudos. Se, de um lado, ninguém discutia sua piedade e virtudes, admirando-as, por outro lado as suas dificuldades intelectuais não permitiam seu progresso para ser ordenado.
Seu amigo padre Balley levou o problema ao cardeal responsável, que pediu a seu Vigário Geral que estudasse o caso. As virtudes de João impressionaram tanto que sua ordenação foi autorizada. Depois de ordenado, ficou ainda acompanhando seu mestre, antes de receber sua primeira designação para ser o cura de Ars.
Lá chegando, encontrou uma igreja abandonada e sem nenhuma freqüência religiosa, numa cidade onde a população, na sua grande maioria, se havia esquecido de Deus. Rezou muito para não desanimar e, pouco a pouco, com seus exemplos e suas palavras, a igreja voltou a ter a participação de seus fiéis.
Fruto de muita oração, esse sacerdote insistia muito que rezassem o terço, e seus exemplos de piedade foram ganhando fama e outras capelas sendo construídas para a propagação do culto que, a essa altura, transformara a cidade de Ars. Faleceu a 4 de agosto de 1859, tendo sido canonizado em 1925 por Pio 11.
Nesse momento, estou num leito de hospital pedindo orações a todos para que, pela intercessão de Dom Antonio Viçoso, que ainda precisa de um milagre para tornar-se beato, aconteça essa cura que me permitirá voltar ao meu ministério em Mariana. Como escrevi em um do meus últimos artigos, estamos nas mãos de Deus, confiantes na oração. O exemplo do Cura D'Ars mostra que para Deus nada é impossível.


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