São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2006

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Presidente não acompanha o enterro, mas discursa no velório de dom Luciano

FABIANE LEITE
ENVIADA ESPECIAL A MARIANA (MG)

Em uma visita de pouco mais de 20 minutos ao velório de dom Luciano Mendes de Almeida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou à igreja lotada que recebeu do religioso o pedido para ir "em frente" e "não esquecer os pobres deste país". Também afirmou que a morte de dom Luciano traz a responsabilidade de cumprir a tarefa do arcebispo. "Teremos que nos transformar em muitos dons Lucianos para cumprir sua tarefa", disse Lula.
O arcebispo de Mariana, cuja vida foi marcada pela dedicação aos carentes, morreu no último domingo aos 75 anos, vítima de câncer de fígado. Foi enterrado no início da tarde de ontem na cripta da catedral de Nossa Senhora da Assunção, no centro histórico de Mariana, a 120 km de Belo Horizonte. Lula não acompanhou o cortejo, a missa nem a cerimônia na principal igreja de Mariana em razão de ter agenda em Brasília na tarde de ontem. Ele viajou a Mariana como presidente -o estafe de assessores de sua campanha à reeleição não foi para Minas.
Também o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), esteve no velório e seguiu a missa e o enterro. "Tive o privilégio de tê-lo como consultor especial do governador durante três anos e meio para assuntos da cidadania. Não passava 15 dias sem que ele fizesse uma justa demanda ao governo", disse Neves.
Indagado se políticos estariam seguindo os ensinamentos de dom Luciano para cuidar dos pobres, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Geraldo Majella Agnelo, disse: "Não parece que estejam seguindo à risca. Essa situação de miséria é alguma coisa que clama aos céus. Seria tão bom, principalmente agora que se renova o quadro de políticos, que a única e principal preocupação fosse com os pobres, esta situação que está em todo o Brasil".
O cardeal ainda comentou as afirmações freqüentes do petista de que seu governo foi o que mais fez pelos pobres. "É impossível que não tivesse feito alguma coisa, mas nós esperamos muito mais", disse ele, que já criticou o governo em diversas ocasiões.


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