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SÃO FRANCISCO
Obra é apontada como aposta de Lula para marcar seu governo
Programa recebe oposição formal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apontado como a grande obra
pública com que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva pretende
marcar seu governo, o projeto de
transposição das águas do rio São
Francisco ganhou formalmente
anteontem a oposição do comitê
da bacia, órgão que tem em sua
composição usuários do rio, representantes de entidades civis e
dos governos federal e de Estados
e municípios da região.
Em reunião plenária realizada
em Salvador, o comitê decidiu
que as águas do São Francisco não
podem ser usadas em atividades
produtivas fora dos limites geográficos da bacia.
Foram 42 votos contra 5 e uma
abstenção na votação.
O desvio das águas só fica autorizado para o consumo humano e
para dar de beber aos animais.
O projeto de transposição, que
já conta com mais de R$ 1 bilhão
no Orçamento de 2005 para começar a sair do papel, prevê a
construção de 720 quilômetros de
canais de concreto na caatinga para desviar as águas do São Francisco para quatro Estados -Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba
e Pernambuco.
O governo, que havia conseguido adiar uma decisão do comitê
sobre o uso das águas fora da bacia desde julho, foi vencido na votação de anteontem, mas não admite parar o projeto dos sonhos
do presidente Lula.
"O projeto segue normalmente", disse Pedro Brito, chefe de gabinete do ministro Ciro Gomes
(Integração Nacional) e coordenador-geral do projeto de transposição. Ele alega que cabe à
Agência Nacional das Águas decidir sobre o uso das águas do rio.
Segundo Brito, o governo espera obter ainda em dezembro do
Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) a licença
ambiental para a obra.
O cronograma oficial do projeto
de transposição do São Francisco
prevê o lançamento dos editais
até o início do ano: as empresas
responsáveis pela transposição
seriam escolhidas até fevereiro,
para que a obra pudesse começar
em março.
(MARTA SALOMON)
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