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Preço da terra cai na região e traz benefícios aos produtores rurais
DA AGÊNCIA FOLHA
De novembro de 2003 a julho
deste ano, o preço da terra nua
(sem benfeitorias) na região do
Pontal do Paranapanema teve
uma desvalorização entre 3% e
17% por hectare, segundo levantamento do IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão ligado à
Secretaria da Agricultura.
O valor divulgado pelo instituto
para a 10ª Região Administrativa
(que engloba o Pontal do Paranapanema) foi o parâmetro definido
na lei 11.600 como o valor a ser pago pelo produtor para a regularização de suas terras.
Diz a lei que o fazendeiro paga
10% do valor da terra sem benfeitoria. O preço do hectare para
pastagem na 10ª RA, por exemplo,
foi de R$ 2.524,60 em novembro
de 2003 para R$ 2.114 em junho.
A demora do Itesp (Instituto de
Terras do Estado de São Paulo)
em implementar a lei representou
uma queda na expectativa de arrecadação de recursos.
A Secretaria da Justiça anunciou
arrecadação de R$ 20 milhões
com as regularizações. A lei prevê
que o dinheiro seja destinado a
um fundo, gerenciado pela Nossa
Caixa, que financiará obras de infra-estrutura em assentamentos
rurais e em municípios do Pontal
com assentamentos. Com a queda do valor do hectare, a previsão
de arrecadação também cai.
Segundo o diretor do IEA, Nelson Martins, o levantamento é feito com base no preço do mercado
e nos valores das últimas transações comerciais de cada região. A
partir dos números, é calculada a
média de preço por hectare. As tabelas com o valor da terra nua são
divulgadas duas vezes ao ano.
Para Martins, o preço caiu na
região de Presidente Prudente por
dois fatores: a redução do preço
da soja e as invasões de sem-terra.
"Ninguém quer comprar uma
terra cercada de acampamentos.
No ano passado foi anunciada [a
formação] do maior acampamento. Criou-se uma psicose tal
que derrubou o preço", disse.
Mesmo com a queda do preço,
os ruralistas reclamam que a tabela está supervalorizada.
Segundo Almir Soriano, coordenador de Assuntos Fundiários
da Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo), a 10ª
RA engloba a região de Dracena,
no noroeste do Estado, cujas terras são mais valorizadas, o que
provoca um aumento na média.
"Muitos dos pequenos produtores esbarraram no preço. O governo acenou com o financiamento, mas com juros muito caros [12% ao ano]", disse Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente
da UDR (União Democrática Ruralista).
(SF)
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