São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004

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ELEIÇÕES 2004 - FORTALEZA

Luizianne, com 57% dos votos, deve ser eleita

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Pesquisa Datafolha realizada na véspera do segundo turno em Fortaleza revela que a candidata petista Luizianne Lins lidera a disputa com 57% dos votos válidos (excluídos votos brancos, nulos e eleitores indecisos). Seu adversário, o pefelista Moroni Torgan, tem, segundo o Datafolha, 43% dos votos válidos.
Sem ser a candidata oficial do PT nacional, Luizianne teve 22,29% dos votos válidos no primeiro turno. De acordo com o Datafolha, ela esteve na frente durante todo o segundo turno.
A pesquisa foi feita anteontem e ontem, foram entrevistados 1.540 eleitores e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada na 2ª Zona Eleitoral de Fortaleza sob o número 34/04. O levantamento foi feito em parceria com o jornal "O Povo".
Com um discurso anti-FMI, contra a política econômica e a reforma da Previdência, Luizianne terminou sua campanha com o apoio da cúpula nacional do PT, mas deixou fora do palanque seus principais representantes.
O presidente nacional do partido, José Genoino, e o ministro da Casa Civil, José Dirceu, que fizeram campanha contra ela no primeiro turno, em apoio a Inácio Arruda (PC do B), foram deixados de lado na reta final.
No lugar deles, entrou a candidata derrotada à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSB), que falou "em nome da mulher nordestina" no encerramento da propaganda eleitoral da petista.
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve com Luizianne, em Brasília, logo após o término do primeiro turno, quando disse que iria gravar uma mensagem de apoio a ela, também não apareceu. A gravação não foi feita.
Luizianne segurou suas críticas ao governo no segundo turno e repetiu que, como petista, tinha o apoio do governo federal e a garantia de que o presidente irá ajudá-la, caso vença.
Por outro lado, procurou se desvincular do ônus de ser governo, ao se afastar de todas as votações polêmicas que prejudicaram Inácio no primeiro turno, por ele ter defendido o governo Lula.
Torgan tirou proveito da falta de apoio dos petistas a Luizianne, ao dizer que também votou em Lula e que, até por isso, terá a ajuda do presidente, se vencer.
O candidato procurou desconstruir a imagem de Luizianne de vítima abandonada pelo próprio partido. A campanha foi tomada por uma discussão sobre moralidade, em que Moroni se mostrou como o pai de família evangélico, contra a imagem que mostrava de sua adversária, "defensora do ensino do homossexualismo para crianças", como ele expôs no programa eleitoral.


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