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ELEIÇÕES 2004 - FORTALEZA
Luizianne, com 57% dos votos, deve ser eleita
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Pesquisa Datafolha realizada na
véspera do segundo turno em
Fortaleza revela que a candidata
petista Luizianne Lins lidera a disputa com 57% dos votos válidos
(excluídos votos brancos, nulos e
eleitores indecisos). Seu adversário, o pefelista Moroni Torgan,
tem, segundo o Datafolha, 43%
dos votos válidos.
Sem ser a candidata oficial do
PT nacional, Luizianne teve
22,29% dos votos válidos no primeiro turno. De acordo com o
Datafolha, ela esteve na frente durante todo o segundo turno.
A pesquisa foi feita anteontem e
ontem, foram entrevistados 1.540
eleitores e a margem de erro é de
três pontos percentuais para mais
ou para menos. A pesquisa está
registrada na 2ª Zona Eleitoral de
Fortaleza sob o número 34/04. O
levantamento foi feito em parceria com o jornal "O Povo".
Com um discurso anti-FMI,
contra a política econômica e a reforma da Previdência, Luizianne
terminou sua campanha com o
apoio da cúpula nacional do PT,
mas deixou fora do palanque seus
principais representantes.
O presidente nacional do partido, José Genoino, e o ministro da
Casa Civil, José Dirceu, que fizeram campanha contra ela no primeiro turno, em apoio a Inácio
Arruda (PC do B), foram deixados de lado na reta final.
No lugar deles, entrou a candidata derrotada à Prefeitura de São
Paulo, Luiza Erundina (PSB), que
falou "em nome da mulher nordestina" no encerramento da propaganda eleitoral da petista.
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve com
Luizianne, em Brasília, logo após
o término do primeiro turno,
quando disse que iria gravar uma
mensagem de apoio a ela, também não apareceu. A gravação
não foi feita.
Luizianne segurou suas críticas
ao governo no segundo turno e
repetiu que, como petista, tinha o
apoio do governo federal e a garantia de que o presidente irá ajudá-la, caso vença.
Por outro lado, procurou se desvincular do ônus de ser governo,
ao se afastar de todas as votações
polêmicas que prejudicaram Inácio no primeiro turno, por ele ter
defendido o governo Lula.
Torgan tirou proveito da falta
de apoio dos petistas a Luizianne,
ao dizer que também votou em
Lula e que, até por isso, terá a ajuda do presidente, se vencer.
O candidato procurou desconstruir a imagem de Luizianne de
vítima abandonada pelo próprio
partido. A campanha foi tomada
por uma discussão sobre moralidade, em que Moroni se mostrou
como o pai de família evangélico,
contra a imagem que mostrava de
sua adversária, "defensora do ensino do homossexualismo para
crianças", como ele expôs no programa eleitoral.
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