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ELEIÇÕES 2004
SALVADOR
Pedetista deve vencer e impor derrota a ACM
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), 77, deve amargar
sua pior derrota em Salvador
(BA). Seu candidato, o senador
Cesar Borges, 55, está em grande
desvantagem na disputa municipal, atrás do deputado João Henrique Carneiro (PDT), 45.
O pedetista, com 42 pontos percentuais de vantagem, chega hoje
ao final da campanha sem ter realizado um único comício, ao contrário do seu oponente.
Por trás da mudança na campanha do pedetista está o publicitário paulista José Roberto Berni,
57, que morou 20 anos na Bahia.
"Conheci o candidato em junho,
pouco antes do início da campanha. De cara, pensei em desenvolver campanha que unisse a estética da beleza e da pobreza."
Sem recursos financeiros, Berni
optou por fazer "campanha musical", com veiculação de sete jingles, que de uma forma diferente
ocuparam o vazio deixado pela
ausência de comícios.
"O deputado João Henrique
sempre teve uma popularidade
alta na classe média, por causa de
sua luta em defesa do consumidor. Minha maior preocupação,
no começo, foi levá-lo para a periferia da cidade."
O discurso do candidato também derrubou as "acusações" de
Borges, que usou seu espaço na
televisão para mostrar que João
Henrique não "tem preparo" para
administrar a terceira maior cidade do país. "Vou manter o que está certo e mudar apenas o que está
errado", respondeu o pedetista.
Caso seja eleito, o publicitário
disse que não teme uma comparação entre a administração de
João Henrique e a do prefeito Antonio Imbassahy, apontadas nas
pesquisas entre as duas melhores
do Brasil nos últimos oito anos.
"Houve uma maquiagem muito
grande na cidade e isto impressionou os eleitores. É evidente que o
deputado João Henrique vai demorar ao menos um ano para
desmontar a atual máquina administrativa e impor seu ritmo."
Antes de acertar com o deputado pedetista, Berni já tinha participado de duas campanhas na Bahia -Waldir Pires (86) e Roberto
Santos (90). "Depois, fui morar
em Angola e rodei pelo Brasil."
Inconformado com o apoio do
PT baiano à candidatura de João
Henrique, ACM anunciou que
não terá mais "complacência"
com o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. "Os erros do seu governo
não terão mais minha tolerância."
Cesar Borges, que já admitiu a
derrota para seus auxiliares, também pretende ser mais crítico. "A
partir do resultado das eleições,
começa uma nova etapa no cenário político em Brasília", disse. Na
última quinta-feira, o candidato
anunciou sua primeira "retaliação" ao acordo PT/PDT na Bahia
-a assinatura do requerimento
para a instalação da CPI do caso
Waldomiro Diniz.
Derrotado por uma diferença
de 3.000 votos no primeiro turno
por Borges, o deputado Nelson
Pellegrino disse que Lula não pode levar a sério as ameaças do PFL
baiano. "ACM e sua turma sempre estão mudando de lado, de
acordo com as suas conveniências. Agora, como não conseguiram ainda digerir a derrota acachapante em Salvador, o grupo
lança outro balão de ensaio."
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