São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004

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CURITIBA

Denúncias marcam reta final da campanha

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A intranet e um telefone do gabinete do diretor-geral da Itaipu Binacional, Jorge Samek (PT), serviram para um de seus assessores organizar, em Foz do Iguaçu, uma caravana de voluntários a fiscais de Ângelo Vanhoni (PT), em Curitiba.
O superintendente da secretaria de Governo da capital do Estado, Geraldo Yamada (PSB), foi filmado tentando comprar o voto e o apoio de uma ex-candidata a vereadora para Beto Richa (PSDB).
Foi nesse cenário de guerra instalada que Richa, 39, e Vanhoni, 49, encerraram o período de propaganda gratuita no rádio e na TV, na reta final da disputa pelo mandato de prefeito de Curitiba. No debate de anteontem à noite na TV Paranaense (afiliada da Globo no Estado), o clima foi alimentado pela troca de ataques.
Vanhoni insistiu em vincular o adversário ao prefeito pefelista Cassio Taniguchi, e Richa buscou desqualificar a competência de governar do PT.
Os dois vão para o referendo popular de hoje com chance de vitória. O tucano trazia a vantagem de mais votado no primeiro turno (fez 35,06% dos votos, contra 31,18% do adversário) e vinha de oito pontos percentuais à frente do adversário na pesquisa Ibope divulgada há dez dias, que tinha 3,5 de margem de erro para mais ou para menos.

Requião
Na última semana, porém, a campanha de Vanhoni foi tirada de uma certa inércia pelo governador Roberto Requião (PMDB), que deixou o governo para ir para as ruas fazer comícios e atuar no corpo-a-corpo pró-petista.
"É preciso que minha eleição seja confirmada com a vitória do Vanhoni", repetiu o governador em inserções da TV.
O confronto polarizado abrigou uma enxurrada de críticas e acusações disparadas de ambos os lados, no uso abundante da tática de "desconstrução" da imagem política do adversário.
Richa foi acusado de assinar, quando secretário de Obras de Taniguchi, um contrato que aumentou o preço do serviço das multas de trânsito de Curitiba e, como deputado estadual, votado a favor da venda da Copel (companhia de energia do Estado).
Vanhoni, por sua vez, precisou justificar que não sofre uma "crise de identidade" por ter adotado as cores amarela e azul, tradicionais do PSDB, na campanha de segundo turno e teve que, inúmeras vezes, defender o governo de Luiz Inácio Lula da Silva da acusação de não cumprir as promessas de gerar 10 milhões de emprego e elevar o valor do salário mínimo a um patamar aceitável.
As críticas trocadas entre os dois se multiplicaram nos alto-falantes da campanha de rua.
Nesse clima de ânimos exaltados, o juiz eleitoral D'Artagnan Serpa Sá, responsável pela liberação das pesquisas eleitorais, chegou a proibir a divulgação das sondagens, mas sua ordem foi derrubada pela decisão de outro juiz, na instância superior do Tribunal Regional Eleitoral.
Quanto aos casos de uso da máquina de Itaipu e tentativa de compra de votos, devem ser transformados em processos.


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