DO ENVIADO A RIBEIRÃO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Promotoria recebeu também relatórios da Prefeitura de Ribeirão que apontam indícios de superfaturamento em cinco das sete obras realizadas pela Fabes.
Ao contrário dos 2.049 metros quadrados, a perícia feita pela Secretaria de Infra-Estrutura revelou que foram construídos 1.052 metros quadrados, ou 997 metros a menos. No total, a Prefeitura de Ribeirão gastou R$ 5,5 milhões nas obras.
O ex-superintendente da Coderp antes de Augusto Pereira Filho e ex-chefe de gabinete de Palocci, Juscelino Dourado, afirmou em depoimento ao Ministério Público que parte do dinheiro do projeto Vale dos Rios também foi usada no projeto de construção das Fabes.
Segundo documentos oficiais, a prefeitura gastou R$ 2 milhões em obras no Vale dos Rios, mas não há ao menos um tijolo assentado. Existem notas que explicam apenas cerca de R$ 300 mil.
Outro ponto que reforça a tese dos promotores de que havia uma contabilidade paralela na administração é a entrevista de dada por Pereira Filho, hoje funcionário do governo Lula, à Folha em junho de 2004, quando admitiu ter recebido parte de seu salário de uma empreiteira, a CVP.
Os promotores também investigam se as empreiteiras que eles suspeitam serem "laranjas" também eram utilizadas para pagar "mensalinho" a secretários.
Na entrevista à Folha, Pereira Filho disse ter presenciado uma conversa entre o ex-chefe de gabinete de Palocci e o engenheiro Marcelino Enes de Carvalho Neto, da CVP (o mesmo que pagava seu salário) em que falavam de contribuição de campanha. A conversa foi em 2002.
No Ministério Público, o ex-diretor não confirmou a versão. (JAB E RP)

Texto Anterior: Outro lado: Ex-chefe da Coderp afirma que não há irregularidades
Próximo Texto: Poleto deve depor na CPI dos Bingos na próxima semana, afirma Efraim
Índice