São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2006

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Após três meses, Berzoini diz que volta à presidência no PT na terça

Primeira missão depois do retorno será defender candidatura de Chinaglia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em evento ontem ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Ricardo Berzoini anunciou que reassumirá a presidência nacional do PT na terça-feira. Sobre a eleição da Câmara, defendeu o nome de Arlindo Chinaglia (PT) e alfinetou Aldo Rebelo (PC do B), em campanha pela reeleição.
Afastado da coordenação da campanha de Lula em 20 de setembro e do comando do PT em 6 de outubro, em meio ao escândalo do dossiê, Berzoini não foi responsabilizado pelo caso no relatório final do inquérito da Polícia Federal, divulgado neste mês.
"Me sinto totalmente à vontade [para voltar ao cargo] porque as condições que eu estabeleci para a minha licença foram cumpridas."
Sobre as tendências petistas que condenam seu retorno ao cargo, respondeu com ironia: "O dia em que tivermos consenso em torno de alguma coisa é porque não é mais o PT".
Berzoini disse que trabalhará pela montagem da base aliada na Câmara e no Senado e nas articulações com os movimentos sociais.
Ontem, classificou como "muito positivo" o trabalho de seu substituto, o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, tanto no comando interino do partido como na coordenação da campanha à reeleição de Lula.
Sobre a eleição da Câmara, Berzoini disse que seu primeiro objetivo será trabalhar por uma nome de consenso, inclusive com a oposição. Sobre a base aliada, que hoje vê PT, PMDB e PC do B na disputa, Berzoini fala em "responsabilidade", mas deixa claro que um eventual recuo pelo consenso não é uma obrigação do PT.
"Não queremos dividir a base do governo. Quem quiser dividir a base do governo vai se dar mal. Vamos trabalhar pela unidade, e a unidade se constrói com responsabilidade. Agora não há nenhuma razão para considerar que o nome que deva ser retirado é do Arlindo."
A defesa do candidato petista ocorreu antes de criticar a articulação de Aldo Rebelo com setores da oposição.
"Eu acho que não é local certo para começar as articulações. Mas eu respeito muito o Aldo, tenho uma boa relação com ele. Eu acho que a melhor maneira de construir a unidade é a gente também manter a temperatura baixa."
(EDUARDO SCOLESE)


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