Campinas, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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CRIME ORGANIZADO 2
Policiais investigados em sindicância interna não serão afastados e regional pede provas
Polícia abre sindicância em Campinas

ELI FERNANDES
free-lance para a Folha Campinas

O comando da Polícia Civil de Campinas iniciou uma sindicância administrativa para apurar os indícios de envolvimento de policiais da região com o crime organizado.
O trabalho não tem prazo para terminar, segundo o delegado regional de Campinas, Orlando Miranda Ferreira, 64, que comanda pessoalmente a sindicância.
As apurações são complexas, segundo a polícia, porque envolvem fontes de vários Estados.
Ele disse que vai manter na ativa os 22 policiais investigados pela CPI. "Eles (os deputados que integram a CPI) não mandam aqui", disse o regional.
O delegado considera que até agora as investigações da CPI não resultaram em "dados concretos" suficientes para provar que seus subordinados estão envolvidos com o crime organizado.
Ferreira afirmou ainda, em tom de crítica, que a comissão parlamentar "alardeou" o envolvimento dos policiais e agora tem um compromisso com ele, de fornecer subsídios para resolver "toda e qualquer infração" de seus subordinados.
O deputados integrantes da CPI alegam que os depoimentos colhidos em Campinas foram suficientes para sustentar as suspeitas de envolvimento dos policiais com o crime organizado.
"Estamos apurando supostas falhas disciplinares, infrações cometidas no trabalho. Temos uma lei orgânica que rege nosso trabalho e quero saber quem não a respeitou", disse Ferreira.
Parte do trabalho de apuração, segundo o delegado, é de extrair dos depoimentos da CPI as citações envolvendo policiais civis.
O delegado disse ter recebido parte dos depoimentos colhidos pela CPI. São cópias taquigráficas e fitas de vídeo dos trabalhos feitos em Brasília e no Ceará.
"A CPI vai me mandar o material dos trabalhos em Campinas, no Maranhão e os novos depoimentos de Brasília. Exageros de lado, a CPI está fazendo seu trabalho", considerou o delegado.

Documentos
Para pedir a documentação dos trabalhos da CPI, o delegado alegou ter acompanhado só parte dos depoimentos e que seria humanamente impossível ter registrado todas as atividades.
Ele disse que enviou um ofício ao presidente da CPI, Magno Malta (PTB-ES), pedindo as cópias dos depoimentos. "Para a apuração que fazemos agora, talvez a etapa de Campinas seja a mais importante", afirmou.
Ferreira afirmou que também pediu cópias das fitas de TVs que gravaram os depoimentos à CPI em Campinas.


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