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CNBB aprova adiamento do julgamento
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do
Brasil) aprovou o pedido
de vista do julgamento de
anteontem sobre o uso de
embriões em pesquisas,
vendo na suspensão uma
forma de diminuir a carga
emocional do debate.
"Foi bastante prudente
da parte do ministro que
pediu o adiamento [Carlos
Alberto Menezes Direito].
A questão foi tratada de
forma emocional demais
nas últimas semanas", disse dom Antônio Augusto
Dias Duarte, bispo auxiliar
do Rio de Janeiro.
Para a professora Lenise
Garcia, da UnB, também
contra a utilização dos embriões em estudos, a suspensão era necessária.
"O pedido de vista foi
plenamente justificável.
Apesar de o assunto estar a
bastante tempo sendo tratado, ontem houve muita
novidade, como o voto do
relator, com mais de 70
páginas", disse.
Para os que defendem o
resultado contrário, o
adiamento foi frustrante.
"Fiquei muito triste
com a interrupção, mas
também fiquei extremamente feliz com os votos
do ministro Carlos Ayres
Britto e da ministra Ellen
Gracie [favoráveis às pesquisas]", disse a pesquisadora Mayana Zatz, da USP.
Porta para aborto
Se a CNBB considerou
prudente o pedido de vista, para ela, o voto do relator, ministro Ayres Britto,
pode "abrir a porta" para a
legalização do aborto, segundo dom Antônio. O ministro, em seu voto, disse
que "não há uma pessoa
humana embrionária", o
que animou defensores da
liberação do aborto.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que
defende uma revisão na legislação do aborto, preferiu não comentar esse tema ontem, no Rio.
Porém, ele opinou sobre
a interrupção do julgamento no STF. "Eu e a
maior parte da sociedade
brasileira ficamos frustrados, pois esperávamos
uma decisão do Supremo.
Continuo, no entanto, otimista", disse Temporão.
Com a Sucursal do Rio
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