UOL


São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BIOTECNOLOGIA

Decisão foi por 1 voto

ONU adia debate sobre clonagem por 2 anos

DE NOVA YORK

O comitê legal da Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) decidiu adiar por dois anos as discussões sobre o banimento da clonagem humana.
A decisão foi tomada após uma votação apertada, com um placar de 80 votos a favor do adiamento- entre eles o do Brasil- e 79 contra. A proposta de congelar as discussões sobre o tema na ONU partiu do Irã, em nome de um grupo formado por 57 países da Organização da Conferência Islâmica. Houve 15 abstenções.
A postergação das discussões sobre a clonagem paralisa a apreciação de duas propostas apresentadas na ONU. A da Costa Rica defende a criação de uma Convenção Internacional contra a Clonagem Humana. De acordo com esse projeto de resolução, fortemente apoiado pelos EUA e por cerca de 60 países, a clonagem humana para qualquer finalidade seria banida nos países que viessem a ratificar o documento.
Já a proposta apresentada pela Bélgica, que contava com o respaldo do Reino Unido e de outros 20 países, determinava o banimento da clonagem humana com fins reprodutivos, mas permitia que cada país decidisse os procedimentos para a clonagem com vistas à pesquisa científica.
Para Robert Foote, professor emérito de ciência e biologia da Universidade Cornell, em Nova York, a incerteza na comunidade internacional provocada por esse adiamento pode prejudicar o andamento de pesquisas financiadas com verbas públicas nos EUA e em outros países. O cientista afirma, entretanto, que mais prejudicial seria o banimento da clonagem para pesquisas médicas.
"Todos os cientistas que eu conheço desaprovam a clonagem humana para fins reprodutivos, por motivos éticos e também por motivos técnicos. Mas impedir a utilização de experimentos com células-tronco seria uma grande lástima. Impediria todo o desenvolvimento de pesquisas para o tratamento de doenças como diabetes e mal de Parkinson, por exemplo", afirmou Foote à Folha.
(CÍNTIA CARDOSO)


Texto Anterior: Astrobiologia: Deserto terrestre descarta vida marciana
Próximo Texto: Política: Secretário-executivo deixa cargo no MCT
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.