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BIOTECNOLOGIA
Decisão foi por 1 voto
ONU adia debate sobre clonagem por 2 anos
DE NOVA YORK
O comitê legal da Assembléia
Geral da ONU (Organização das
Nações Unidas) decidiu adiar por
dois anos as discussões sobre o
banimento da clonagem humana.
A decisão foi tomada após uma
votação apertada, com um placar
de 80 votos a favor do adiamento- entre eles o do Brasil- e 79
contra. A proposta de congelar as
discussões sobre o tema na ONU
partiu do Irã, em nome de um
grupo formado por 57 países da
Organização da Conferência Islâmica. Houve 15 abstenções.
A postergação das discussões
sobre a clonagem paralisa a apreciação de duas propostas apresentadas na ONU. A da Costa Rica defende a criação de uma Convenção Internacional contra a
Clonagem Humana. De acordo
com esse projeto de resolução,
fortemente apoiado pelos EUA e
por cerca de 60 países, a clonagem
humana para qualquer finalidade
seria banida nos países que viessem a ratificar o documento.
Já a proposta apresentada pela
Bélgica, que contava com o respaldo do Reino Unido e de outros
20 países, determinava o banimento da clonagem humana com
fins reprodutivos, mas permitia
que cada país decidisse os procedimentos para a clonagem com
vistas à pesquisa científica.
Para Robert Foote, professor
emérito de ciência e biologia da
Universidade Cornell, em Nova
York, a incerteza na comunidade
internacional provocada por esse
adiamento pode prejudicar o andamento de pesquisas financiadas com verbas públicas nos EUA
e em outros países. O cientista
afirma, entretanto, que mais prejudicial seria o banimento da clonagem para pesquisas médicas.
"Todos os cientistas que eu conheço desaprovam a clonagem
humana para fins reprodutivos,
por motivos éticos e também por
motivos técnicos. Mas impedir a
utilização de experimentos com
células-tronco seria uma grande
lástima. Impediria todo o desenvolvimento de pesquisas para o
tratamento de doenças como diabetes e mal de Parkinson, por
exemplo", afirmou Foote à Folha.
(CÍNTIA CARDOSO)
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