São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003

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POLÍTICA

Roberto Amaral fez defesa de tecnologia atômica

ONU pediu esclarecimento sobre declaração de ministro, diz BBC

DA REDAÇÃO

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), órgão ligado à ONU, pediu à representação brasileira nas Nações Unidas um esclarecimento oficial sobre declarações do ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) em favor do desenvolvimento pelo país de tecnologia nuclear -inclusive a da bomba atômica.
A informação é da rede britânica BBC, para a qual Amaral já tinha dito que o país não podia renunciar a nenhum tipo de conhecimento científico. Questionado se esse conhecimento incluía o necessário para a fabricação da bomba atômica, respondeu que incluía "todo o conhecimento".
Mesmo sem citar a bomba, a declaração, dada na primeira semana do governo Lula, repercutiu no exterior e causou mal-estar em Brasília. Num momento em que os EUA ameaçam atacar o Iraque e estão em crise com a Coréia do Norte justamente por causa de armas de destruição em massa, ela foi interpretada como falta de tato do ministro.
O governo já deu o caso como encerrado. Mas, segundo a BBC, a porta-voz da AIEA, Melissa Fleming, disse que a agência havia pedido uma comunicação direta da missão brasileira na ONU sobre a declaração.
Amaral, que é favorável à energia nuclear e à construção da usina Angra 3, criticada por ambientalistas, disse na terça-feira que tudo não passou de "um mal-entendido". "A ciência é a mesma. O que difere é a aplicação", afirmou. Segundo ele, o Brasil é signatário de acordos internacionais contra a proliferação de armas nucleares e é favorável ao uso pacífico da tecnologia.


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