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POLÍTICA
Roberto Amaral fez defesa de tecnologia atômica
ONU pediu esclarecimento sobre declaração de ministro, diz BBC
DA REDAÇÃO
A AIEA (Agência Internacional
de Energia Atômica), órgão ligado à ONU, pediu à representação
brasileira nas Nações Unidas um
esclarecimento oficial sobre declarações do ministro Roberto
Amaral (Ciência e Tecnologia)
em favor do desenvolvimento pelo país de tecnologia nuclear
-inclusive a da bomba atômica.
A informação é da rede britânica BBC, para a qual Amaral já tinha dito que o país não podia renunciar a nenhum tipo de conhecimento científico. Questionado
se esse conhecimento incluía o
necessário para a fabricação da
bomba atômica, respondeu que
incluía "todo o conhecimento".
Mesmo sem citar a bomba, a declaração, dada na primeira semana do governo Lula, repercutiu no
exterior e causou mal-estar em
Brasília. Num momento em que
os EUA ameaçam atacar o Iraque
e estão em crise com a Coréia do
Norte justamente por causa de armas de destruição em massa, ela
foi interpretada como falta de tato
do ministro.
O governo já deu o caso como
encerrado. Mas, segundo a BBC, a
porta-voz da AIEA, Melissa Fleming, disse que a agência havia
pedido uma comunicação direta
da missão brasileira na ONU sobre a declaração.
Amaral, que é favorável à energia nuclear e à construção da usina Angra 3, criticada por ambientalistas, disse na terça-feira que
tudo não passou de "um mal-entendido". "A ciência é a mesma. O
que difere é a aplicação", afirmou.
Segundo ele, o Brasil é signatário
de acordos internacionais contra
a proliferação de armas nucleares
e é favorável ao uso pacífico da
tecnologia.
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