São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Europeus podem pôr até US$ 75 bi na mesa

DA ENVIADA A COPENHAGUE

A União Europeia se reúne hoje em Bruxelas para decidir quanto porá na mesa como oferta de financiamento para os países em desenvolvimento lidarem com a mudança climática e cortarem emissões. O número, esperadíssimo em Copenhague, pode desatar o nó mais complexo de um acordo.
Até agora não vazaram cifras, e mesmo pessoas envolvidas na discussão alegam não saber dar um parâmetro. Mas a UE, diferentemente dos EUA e do Japão, fala de financiamento até 2020, e não apenas até 2012 (o chamado "fast money").
A ONG Oxfam estima que o bloco possa contribuir com cerca de US$ 50 bilhões anuais a partir de 2013. Isso representa um terço do que os europeus estimam necessário para custear as ações nos países pobres.
A UE calcula a parcela que cabe aos governos dos países ricos entre 22 bilhões e 50 bilhões (US$ 37 bilhões a US$ 75 bilhões), o que significa que o número da Oxfam a faria responsável por metade das doações se o teto da estimativa for atingido. Ainda assim, uma fonte europeia vê a cifra da ONG como viável e coerente.
O principal entrave a uma proposta europeia até agora têm sido os países centro e leste-europeus, mais pobres, e que temem ver ameaçada a ajuda financeira que recebem dentro do próprio bloco.
São eles que precisarão ser persuadidos hoje -caso contrário, a discussão pode acabar protelada para a última hora, quando os chefes de Estado e de governo chegarem a Copenhague, na próxima semana.
Mas o dinheiro, seja quanto for, não será restrito a determinados países, afirmou ontem o principal negociador europeu, Artur Runge-Metzger. "Nos grandes países emergentes vivem muitas pessoas pobres, o que significa que vamos considerar auxiliá-los também", disse, citando Brasil e Índia.
Segundo Runge-Metzger, no entanto, esses países e a China não devem contar com ajuda para adaptarem-se à mudança climática, mas ele não exclui ajudá-los com dinheiro público a mitigarem suas emissões.
E insistiu na necessidade de clareza sobre os programas. "O que temos de fazer cada ano ao dar o dinheiro é ver quem precisa mais, como vai ser usada a verba e que propostas foram colocadas pelos países para apoiar as famílias vulneráveis", disse. "Mas não vamos dividir os países em caixas."
A UE não é a única a se mexer na questão do financiamento. Um grupo de quatro países (Noruega, México, Reino Unido e Austrália) propôs uma série de princípios para "fundos verdes", com base em uma proposta mexicana pela qual todas as nações contribuiriam, de acordo com seu PIB e suas emissões.


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