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Europeus podem pôr até US$ 75 bi na mesa
DA ENVIADA A COPENHAGUE
A União Europeia se reúne
hoje em Bruxelas para decidir
quanto porá na mesa como
oferta de financiamento para
os países em desenvolvimento
lidarem com a mudança climática e cortarem emissões. O número, esperadíssimo em Copenhague, pode desatar o nó mais
complexo de um acordo.
Até agora não vazaram cifras,
e mesmo pessoas envolvidas na
discussão alegam não saber dar
um parâmetro. Mas a UE, diferentemente dos EUA e do Japão, fala de financiamento até
2020, e não apenas até 2012 (o
chamado "fast money").
A ONG Oxfam estima que o
bloco possa contribuir com cerca de US$ 50 bilhões anuais a
partir de 2013. Isso representa
um terço do que os europeus
estimam necessário para custear as ações nos países pobres.
A UE calcula a parcela que
cabe aos governos dos países ricos entre 22 bilhões e 50 bilhões (US$ 37 bilhões a US$ 75
bilhões), o que significa que o
número da Oxfam a faria responsável por metade das doações se o teto da estimativa for
atingido. Ainda assim, uma
fonte europeia vê a cifra da
ONG como viável e coerente.
O principal entrave a uma
proposta europeia até agora
têm sido os países centro e leste-europeus, mais pobres, e
que temem ver ameaçada a ajuda financeira que recebem
dentro do próprio bloco.
São eles que precisarão ser
persuadidos hoje -caso contrário, a discussão pode acabar
protelada para a última hora,
quando os chefes de Estado e
de governo chegarem a Copenhague, na próxima semana.
Mas o dinheiro, seja quanto
for, não será restrito a determinados países, afirmou ontem o
principal negociador europeu,
Artur Runge-Metzger. "Nos
grandes países emergentes vivem muitas pessoas pobres, o
que significa que vamos considerar auxiliá-los também", disse, citando Brasil e Índia.
Segundo Runge-Metzger, no
entanto, esses países e a China
não devem contar com ajuda
para adaptarem-se à mudança
climática, mas ele não exclui
ajudá-los com dinheiro público
a mitigarem suas emissões.
E insistiu na necessidade de
clareza sobre os programas. "O
que temos de fazer cada ano ao
dar o dinheiro é ver quem precisa mais, como vai ser usada a
verba e que propostas foram
colocadas pelos países para
apoiar as famílias vulneráveis",
disse. "Mas não vamos dividir
os países em caixas."
A UE não é a única a se mexer na questão do financiamento. Um grupo de quatro
países (Noruega, México, Reino Unido e Austrália) propôs
uma série de princípios para
"fundos verdes", com base em
uma proposta mexicana pela
qual todas as nações contribuiriam, de acordo com seu PIB e
suas emissões.
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