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Estudo revela como ferro no sangue faz superinfecção piorar
Brasileiros e portugueses também acharam proteína que pode proteger contra a sepse
RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO
Um estudo internacional
que incluiu pesquisadores
brasileiros e portugueses demonstrou como um composto de ferro no sangue pode
piorar muito as infecções por
certas bactérias.
Mas o trabalho também
apontou o caminho para
uma solução, ao mostrar que
uma proteína conseguiu depurar o sangue de camundongos desse ferro tóxico.
O composto chamado heme aparece no sangue quando os glóbulos vermelhos são
destruídos no processo infeccioso. As células liberam então a hemoglobina na corrente sanguínea, e sua degradação produz o heme.
A doença, conhecida como sepse, caracteriza-se pela
grande quantidade de micróbios no sangue, levando à
exaustão do sistema de defesa do organismo. Nos casos
severos, há redução súbita
da pressão arterial e falha de
órgãos, levando à morte.
O estudo foi chefiado por
Miguel P. Soares, do Instituto
Gulbenkian, em Portugal, e
contou com a participação de
André Miguel Japiassú, da
Fundação Oswaldo Cruz.
"O papel tóxico do heme já
tinha sido notado em outras
doenças. Nós estudamos isso
no ser humano, fizemos a
avaliação de proteínas no
sangue de pacientes com
sepse", diz Japiassú.
A equipe descobriu que camundongos que não têm a
enzima que degrada hemoglobina eram mais suscetíveis a morrerem de sepse.
Mas também mostrou que a
hemopexina, proteína produzida pelo organismo e capaz de depurar o heme, protegeu os camundongos.
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