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Técnica faz medula produzir material para "autoimplante"
ANDY COGHLAN
DA "NEW SCIENTIST"
A possibilidade de pacientes
serem tratados com suas próprias células-tronco foi incrementada com a descoberta de
terapias medicamentosas que
liberam tipos específicos de células-tronco da medula óssea.
A descoberta pode levar a
tratamentos novos e simples
para acelerar o reparo de ossos
e ligamentos quebrados, além
de tecidos cardíacos danificados em decorrência de ataques
cardíacos. Em lugar de injetar
em pacientes células-tronco de
doadores, embriões ou bancos
de células-tronco, os médicos
poderiam simplesmente injetar as drogas, e os próprios pacientes produziriam as células.
Isso evitaria as complicações
da rejeição de tecidos e passaria
ao largo das objeções éticas envolvendo o uso de células-tronco embrionárias.
"Isso é promover a autocura", diz Sara Rankin, do Imperial College London, que integra a equipe que descobriu os
efeitos da liberação de células-tronco. "Estamos simplesmente intensificando algo que
acontece naturalmente."
Já era possível anteriormente promover a liberação de células-tronco que se desenvolvem e convertem em células
sanguíneas. Agora, pela primeira vez, foram liberadas células-tronco que regeneram outros
tecidos, como ossos e vasos
sanguíneos, ampliando as opções de tratamento.
Abordagem conjugada
Os pesquisadores empregaram uma abordagem conjugada para produzir cada tipo de
célula-tronco em camundongos. Primeiro, ministraram aos
roedores um fator de crescimento natural por cerca de
quatro dias. Finalmente, lhes
deram uma droga chamada
Mozobil, que "destranca" as células para que elas possam escapar da medula óssea para o
sangue. Para elevar os níveis de
células-tronco hematopoiéticas, que geram todas as células
sanguíneas, os pesquisadores
primeiro deram aos camundongos o fator estimulante de
colônias de granulócitos
(FECG), seguido por Mozobil.
Esse procedimento já é fartamente conhecido e vem sendo
praticado extensamente em
testes para elevar a produção
de células-tronco em pacientes
submetidos a tratamento contra formas de linfoma.
Mas o verdadeiro avanço do
trabalho realizado no Imperial
College foi mostrar que, ao ministrar aos camundongos uma
combinação diferente -Mozobil precedido pelo fator de crescimento endotelial vascular
(FCEV)- eles puderam elevar
os níveis de dois outros tipos de
células-tronco: mesenquimais
e progenitorasepiteliais.
As primeiras promovem a regeneração de ossos e tecidos e,
portanto, poderiam ser usadas
para o reparo de ossos. Elas
também reduzem inflamações.
Já as células progenitoras
epiteliais estimulam o crescimento e reparo de vasos sanguíneos e podem ser úteis para
restaurar o fluxo de sangue ao
coração ou cérebro após ataques cardíacos ou acidentes
vasculares cerebrais.
Tradução de CLARA ALLAIN
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