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Particulares reclamam de preconceito dos órgãos públicos de apoio à pesquisa
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), Abib Salim
Cury, diz que a falta de apoio
governamental e o excesso de
impostos -especialmente no
caso de instituições com fins
lucrativos- são fatores que limitam o investimento em pesquisa no setor privado.
"Temos de tirar dinheiro para a pesquisa daquilo que recebemos das mensalidades porque enfrentamos muita dificuldade para conseguir recursos
nos órgãos federais", diz Cury,
que é chanceler da Universidade de Franca.
Para ele, há preconceito no
momento de analisar um pedido de recursos para um projeto
de pesquisa no setor privado ou
mesmo no de autorizar novos
cursos de pós-graduação.
"Tenho a preocupação em investir em pesquisa, tanto que já
temos hoje quatro patentes, inclusive uma para cura da doença de Chagas que foi aceita e registrada nos EUA. Decidi, no
entanto, que não peço mais nada à Capes. Se o projeto é bom,
não interessa de onde veio, é
preciso fomentá-lo. Mas já somos barrados na base. É muito
difícil vencer esse ranço contra
o ensino particular."
Oscar Hipólito, do Instituto
Lobo, concorda que ainda existe preconceito contra o setor
privado, mas diz que o problema principal é de gestão: "O
preconceito já foi muito pior. É
preciso lembrar também que
há universidades privadas, como a PUC do Rio, que sempre
tiveram bom desempenho e
respeito nessa área. O que falta
são bons projetos".
Roberto Lobo, co-autor do
estudo e ex-reitor da USP e da
UMC (Universidade de Mogi
das Cruzes), diz que, quando
trocou o setor público pelo privado, decidiu apostar em grupos específicos e organizados.
"Muitas universidades privadas acham que fazer pesquisa é
separar uma parcela de seu orçamento e contratar professores para desenvolverem projetos por duas horas por semana.
Isso pulveriza os poucos recursos que a instituição tem."
Segundo ele, sua estratégia
ao assumir a reitoria da UMC
foi identificar áreas que tinham
mais potencial e formar grupos
de pesquisa chamando também gente de fora.
"Quando há foco, mesmo
com poucos recursos, é possível obter resultados. Tanto que
nosso levantamento mostra
que a UMC é uma das mais produtivas hoje", diz.
(AG)
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