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Ar paulistano tem padrões mexicanos
DA REPORTAGEM LOCAL
A capital paulista, que exporta poluição para cidades a
quase 600 quilômetros de
distância, já tem alguns padrões mexicanos de poluição
do ar. A Cidade do México
tem um dos ares mais poluídos do mundo.
Quem afirma é Paulo Saldiva, professor da Faculdade
de Medicina da USP.
"Em termos de partículas
finas [grãos de poeira com dimensões muito pequenas],
nós já passamos. Em níveis
de ozônio [outro poluente],
podemos passar em breve."
Segundo Saldiva, há uma
questão de desigualdade social mascarada no problema
da poluição. "Quem fica quatro horas por dia preso em
um corredor de ônibus, por
exemplo, ultrapassa facilmente o padrão médio de exposição a partículas estabelecido pela Organização
Mundial da Saúde", disse.
Ele esteve ontem no evento
em que o secretário Francisco Graziano Neto anunciou o
inventário de emissões de
gases em São Paulo que contribuem para o efeito estufa.
Segundo Graziano, a inspeção veicular em São Paulo
-que poderia diminuir em
até 20% a poluição na cidade,
segundo cálculos da USP-
demora a sair porque as várias esferas de governo que
legislam sobre o tema ainda
não conseguiram entrar em
acordo.
(EG)
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