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outro lado
Êxodo rural não existiu, afirma Cargill
DO ENVIADO A SANTARÉM
A Cargill afirmou anteontem que não teve acesso ao
mapa comunitário da soja divulgado ontem pelas ONGs,
mas afirmou que as comunidades rurais e ribeirinhas foram amplamente ouvidas
durante a elaboração do
EIA-Rima do porto de Santarém. O documento foi finalizado e entregue ao governo
do Pará em setembro.
Segundo Afonso Champi,
diretor de Assuntos Corporativos da empresa, a consultoria que elaborou o estudo
de impacto ambiental visitou
18 comunidades rurais e 9
bairros de Santarém, além de
ter ouvido movimentos sociais a respeito da percepção
que a população tinha dos
impactos da soja na região.
Não foi verificado êxodo
rural, disse. Ao contrário: segundo Champi, citando dados do IBGE, a população rural de Santarém cresceu depois da instalação do porto.
Sobre o desaparecimento
de comunidades rurais,
Champi afirmou que "houve
casos que não se configuraram e casos de lugares que
desapareceram há mais de
dez anos, antes da soja".
Raquel Carvalho, do
Greenpeace, diz que o mapa
não data o declínio de comunidades, mas insiste: "Elas
desapareceram porque num
primeiro momento houve
grilagem de terras e em outro
momento entrou a soja".
A contaminação de igarapés, segundo Champi, "não
foi escopo" do EIA-Rima.
Mas ele questiona a metodologia usada pelo mapa comunitário para dizer se há contaminação ou não. "Se houver, é gravíssimo, é caso de
denúncia imediata, não de
colocar isso num estudo."
(CA)
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