São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

outro lado

Êxodo rural não existiu, afirma Cargill

DO ENVIADO A SANTARÉM

A Cargill afirmou anteontem que não teve acesso ao mapa comunitário da soja divulgado ontem pelas ONGs, mas afirmou que as comunidades rurais e ribeirinhas foram amplamente ouvidas durante a elaboração do EIA-Rima do porto de Santarém. O documento foi finalizado e entregue ao governo do Pará em setembro.
Segundo Afonso Champi, diretor de Assuntos Corporativos da empresa, a consultoria que elaborou o estudo de impacto ambiental visitou 18 comunidades rurais e 9 bairros de Santarém, além de ter ouvido movimentos sociais a respeito da percepção que a população tinha dos impactos da soja na região.
Não foi verificado êxodo rural, disse. Ao contrário: segundo Champi, citando dados do IBGE, a população rural de Santarém cresceu depois da instalação do porto.
Sobre o desaparecimento de comunidades rurais, Champi afirmou que "houve casos que não se configuraram e casos de lugares que desapareceram há mais de dez anos, antes da soja".
Raquel Carvalho, do Greenpeace, diz que o mapa não data o declínio de comunidades, mas insiste: "Elas desapareceram porque num primeiro momento houve grilagem de terras e em outro momento entrou a soja".
A contaminação de igarapés, segundo Champi, "não foi escopo" do EIA-Rima. Mas ele questiona a metodologia usada pelo mapa comunitário para dizer se há contaminação ou não. "Se houver, é gravíssimo, é caso de denúncia imediata, não de colocar isso num estudo." (CA)


Texto Anterior: Mapas e GPS viram armas de caboclos na Amazônia
Próximo Texto: Greenpeace tem esquema especial de segurança
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.