São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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Brasileira participou de observações

da Reportagem Local

A pesquisa da Universidade do Texas sobre as propriedades fisiológicas da linguagem comuns a todos os idiomas recebeu a ajuda de uma brasileira.
"Os autores do estudo têm uma proposta teórica para explicar a aquisição do sistema de sons pelos indivíduos, independentemente da língua que eles estejam adquirindo", disse à Folha Elizabeth Teixeira, da Universidade Federal da Bahia. "Eles começaram investigando crianças falantes do inglês, mas, posteriormente, partiram para a ampliação do banco de dados do laboratório para incluir dados de outras línguas. Aí entra minha participação, com o banco de dados do português".
A associação de Elizabeth com o grupo norte-americano aconteceu quando ela fez pós-doutoramento no Texas.

Contra Chomsky
Os resultados se contrapõem às idéias de um dos mais importantes linguistas do mundo, Noam Chomsky. "Chomsky acredita que a representação mental dos sons na mente é tudo o que importa e que o desenvolvimento da linguagem acontece à medida que a criança cresce e suas habilidades aumentam", disse Davis.
A pesquisadora questiona essa idéia. Para ela, seu trabalho mostra que a estrutura da linguagem é como é devido à maneira com que o aparato vocal funciona, mecanicamente.
"A capacidade de produção de linguagem e dos primeiros humanos de falar se desenvolveu no tempo porque os movimentos do aparelho vocal também se tornaram mais especializados. Isso aconteceu porque houve a necessidade de produção de mensagens mais complexas, que refletissem o avanço da organização cultural do homem", afirmou Barbara Davis.
No entanto, segundo John Locke, da Universidade de Cambridge, "Chomsky pode não aceitar isso como uma verdadeira contradição, uma vez que suas idéias estão ligadas à sintaxe, e os autores da "Science" falam de fonologia". (IG)



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