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Sabotagem será considerada
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo não descarta a possibilidade de sabotagem na explosão do terceiro protótipo do VLS-1. Conforme a Folha apurou,
mesmo considerada remota, essa
hipótese está sendo investigada
pela inteligência da Aeronáutica.
O que mais intriga o governo
brasileiro é que a explosão não foi
durante o lançamento, previsto
para a próxima segunda-feira. O
VLS-1 estava sendo preparado
para ser lançado de sua plataforma. Foi, portanto, um incidente
no solo -daí o grande número
de vítimas, todas elas técnicos que
trabalhavam no foguete no momento do acidente.
O protótipo é abastecido com 40
toneladas de combustível sólido.
"Não sabemos o que aconteceu. A
Aeronáutica é responsável pelas
investigações e nenhuma hipótese está descartada", disse o ministro Roberto Amaral (Ciência e
Tecnologia) à Folha, por telefone,
sem confirmar diretamente a
preocupação com um eventual
ato de sabotagem.
Para Amaral, o maior prejuízo,
além das vidas humanas, foi subjetivo: "O incidente atrapalha a
afirmação ideológica do projeto, a
afirmação de nossas possibilidades para conduzi-lo com êxito".
Ele, porém, adiantou que nas
suas conversas com o ministro José Viegas (Defesa), a última delas
por volta das 17h45, estava evidente que o programa espacial
brasileiro será mantido: "Não vamos arrefecer os ânimos, vamos
prosseguir no projeto".
Amaral disse que já havia temor
de algo dar errado e a culpa recair
sobre o atual governo. Tratou de
lembrar que o projeto é da gestão
Fernando Henrique Cardoso:
"Recebemos o protótipo pronto,
e confesso que havia algum receio. Não podíamos abrir. Só saberíamos se tudo estava OK na
hora do lançamento".
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