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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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Sabotagem será considerada

ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo não descarta a possibilidade de sabotagem na explosão do terceiro protótipo do VLS-1. Conforme a Folha apurou, mesmo considerada remota, essa hipótese está sendo investigada pela inteligência da Aeronáutica.
O que mais intriga o governo brasileiro é que a explosão não foi durante o lançamento, previsto para a próxima segunda-feira. O VLS-1 estava sendo preparado para ser lançado de sua plataforma. Foi, portanto, um incidente no solo -daí o grande número de vítimas, todas elas técnicos que trabalhavam no foguete no momento do acidente.
O protótipo é abastecido com 40 toneladas de combustível sólido. "Não sabemos o que aconteceu. A Aeronáutica é responsável pelas investigações e nenhuma hipótese está descartada", disse o ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) à Folha, por telefone, sem confirmar diretamente a preocupação com um eventual ato de sabotagem.
Para Amaral, o maior prejuízo, além das vidas humanas, foi subjetivo: "O incidente atrapalha a afirmação ideológica do projeto, a afirmação de nossas possibilidades para conduzi-lo com êxito".
Ele, porém, adiantou que nas suas conversas com o ministro José Viegas (Defesa), a última delas por volta das 17h45, estava evidente que o programa espacial brasileiro será mantido: "Não vamos arrefecer os ânimos, vamos prosseguir no projeto".
Amaral disse que já havia temor de algo dar errado e a culpa recair sobre o atual governo. Tratou de lembrar que o projeto é da gestão Fernando Henrique Cardoso: "Recebemos o protótipo pronto, e confesso que havia algum receio. Não podíamos abrir. Só saberíamos se tudo estava OK na hora do lançamento".


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