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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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MULTIMÍDIA

Acidente repercute nos EUA e Europa

DA REDAÇÃO

O diário espanhol "El País" destacou na capa de sua edição de ontem os 16 mortos na explosão de um protótipo brasileiro do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélite), que colocaria em órbita, na próxima semana, dois satélites com finalidades científicas. "O Brasil está de luto", dizia o texto do jornal. "Aquele que seria o primeiro foguete de fabricação própria lançado na América Latina explodiu no centro de lançamento de Alcântara, no Maranhão, no nordeste do Brasil." Segundo o "El País", a explosão teria ocorrido no momento em que o presidente da Agência Espacial Brasileira, Luiz Bevilacqua, realizava uma entrevista coletiva na qual detalhava o acordo de cooperação e de associação tecnológica firmado com a Ucrânia, herdeira de parte da tecnologia espacial da antiga União Soviética. De acordo com o diário espanhol, o diretor da Agência Espacial da Ucrânia, Valeriy Komarov, presente na coletiva, teria afirmado que o acidente "não impedirá que a parceria com o Brasil continue".
Outros jornais europeus e diários americanos também deram destaque para a explosão em seus noticiários internacionais.
O "Independent", do Reino Unido, e o "Washington Post", dos EUA, noticiaram que 21 técnicos haviam morrido na explosão (número confirmado só na tarde de ontem), causada por uma falha, de origem ainda desconhecida, na ignição do VLS-1.
O texto de ontem do "New York Times" observava que o Centro de Lançamento de Alcântara é considerado um dos melhores do mundo por sua proximidade com o Equador. "A força centrífuga associada à rotação da Terra é mais intensa na região, o que torna mais fácil o lançamento de veículos para o espaço." Segundo o jornal, tal vantagem teria atraído a atenção dos EUA e da Europa, que buscam alternativas mais baratas para o Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e para a base de Kourou, na Guiana Francesa.
O "USA Today" chamou o acidente brasileiro de "desastre" e destacou a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o programa espacial brasileiro "continua a ser uma prioridade, apesar da explosão".
O texto da edição de ontem do argentino "Clarín" informava que a explosão frustrou, pela terceira vez, tentativa brasileira, em sete anos, de se converter na primeira nação latino-americana a lançar seu próprio foguete no espaço.

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