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Europa planeja vôo tripulado depois de 2030
DA REPORTAGEM LOCAL
A ESA tem planos grandiosos
para a futura exploração do planeta Marte. Mas tudo dependerá
do sucesso das sondas Mars Express e Beagle-2, que hoje começam a fase mais arriscada de suas
missões. Caso sejam bem-sucedidas, abrirão o caminho para um
futuro jipe automatizado de pesquisa exobiológica, uma missão
de retorno de amostras e, finalmente, um vôo tripulado.
A próxima missão européia a
Marte deve ocorrer em 2009, com
o ExoMars -um pequeno veículo de seis rodas capaz de se deslocar sobre a superfície e fazer pesquisa de forma móvel, exatamente como planejam fazer os Mars
Exploration Rovers, jipes da Nasa,
a partir de janeiro. A diferença é
que, como o Beagle-2, o ExoMars
estará à procura de sinais de vida
extraterrestre.
"Ele não só vai procurar sinais
de vida passada ou presente no
planeta, como também procurará
potenciais ameaças a humanos",
diz Bruno Gardini, gerente de
projeto do Programa Aurora, o
mapa de longo prazo para a exploração européia, tripulada e
não-tripulada, do Sistema Solar.
O próximo grande passo seria a
missão de retorno de amostras,
que já está sendo estudada preliminarmente pela agência européia. "A missão de retorno de
amostras é um grande marco na
estrada da exploração: é uma missão de interesse científico muito
alto e também a primeira missão
robótica representativa de uma
missão humana", afirma Gardini.
"Obviamente, antes que possamos enviar homens a Marte, temos de demonstrar um modo
confiável de ir até lá e voltar."
A missão de retorno de amostras, pelos planos do Aurora,
aconteceria por volta de 2014. Depois disso, o caminho já estaria
desenhado para o planejamento
de uma missão humana.
Embora a ESA pense nessa missão como algo 100% europeu, os
planejadores sabem que não deve
acontecer desse jeito. "Uma missão de tamanha complexidade só
pode se tornar realidade como
um esforço internacional", diz
Gardini. "Não há agência ou país
que possa bancá-la sozinho."
Os recém-anunciados planos
europeus prevêem uma missão
tripulada entre os anos de 2030 e
2033. Antes disso, um vôo com
astronautas até a Lua, por volta de
2024, testaria os sistemas cruciais
para a exploração marciana.
Esse, entretanto, é o melhor dos
cenários. A realidade é que menos
da metade das sondas já enviadas
a Marte atingiram seus objetivos.
A própria Nasa precisou fazer
uma grande reformulação de seus
planos em 1999, após a perda das
sondas Mars Polar Lander e Mars
Climate Orbiter. Os russos, apesar
das várias tentativas, nunca fizeram grandes avanços na exploração marciana. E o Japão acabou
de perder sua nave, a Nozomi, a
caminho do planeta.
Caso a Mars Express seja um
fracasso, o plano B da ESA é converter a Venus Express, ainda em
preparação, numa repetição da
missão marciana -e repensar todos os projetos futuros.
(SN)
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